Segundo o modelo de cosmovisão grega- quer seja na perspectiva platônica ou na interpretação de Hesíodo-, a natureza não só era paradigma irrefutável de estética, como a matéria-prima de existência dos próprios deuses. Gaia, divindade oriunda da terra, era a materialização da ideia de maternidade, em uma cultura artisticamente densa e cientificamente poética. A pós-modernidade cronologicamente, emergiu sem, contudo, herdar da percepção grega o real valor simbólico e empírico do espaço natural e sua relação com o homem – a partir do caso especifico do aumento do aquecimento global . Em uma primeira análise, esse processo ambiental decorre, dentre outras razões, da ação antropocêntrica na natureza fomentando o processo de aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera da Terra. Nessa perspectiva, em artigo publicado na revista “Saber Acadêmico” do núcleo de estudos climáticos da Unicamp, o climatólogo Fernando D’Avilla afirma que as massivas emissões de gases que intensificam o efeito estufa, originados especialmente pela queima de combustíveis fósseis estão entre as principais causas do aquecimento global. Ademais, em segundo plano, o desmatamento contribui em semelhante proporção para o aumento da temperatura global que pode ser explicada pela demanda agroeconômica. Nesse contexto, D’Avilla explica que a necessidade de terras cultiváveis tanto para a agricultura quanto para a pecuária – a qual é responsável por mais de 80% do desmatamento no Brasil – intensifica exorbitantemente este quadro. Dessa forma, com intuito de se reverter esse panorama, a sociedade deve pressionar, por meio de manifestações, as instâncias legislativas Federais para que aprovem repasses ao Ministério do Meio Ambiente, a fim de que se implementem organizações de fiscalização e controle, além da estruturação logístico-operacional. Internamente, esses órgãos devem investir em ações publicitárias em mídias como televisão, radio e internet mostrando como esse fenômeno afeta a população em geral. Dessa forma, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal, utopia ou devir.