Título da redação:

Motivo para estranhamento

Tema de redação: Política de desenvolvimento social no Brasil

Redação enviada em 03/05/2015

Não deveria ser encarado como algo normal existir pessoas absurdamente ricas, como Bill Gates, pois isso é no mínimo alarmante. Segundo uma pesquisa divulgada pela revista Superinteressante, em 2014 as 64 pessoas mais ricas do mundo possuem mais riquezas que a metade mais pobre da humanidade junta (mais de 3.5 bilhões de pessoas). Thomas Piketty discute em seu livro "O capital no século XXI", o quanto a desigualdade é crescente e, um fato bastante relevante é como ela influência no futuro das pessoas, por exemplo, em um país como a Suécia em que a desigualdade é mínima, a riqueza familiar não influi muito no futuro dos indivíduos, enquanto que no Brasil, um dos países mais desigual do mundo, ela é quase determinante para o sucesso ou fracasso pessoal. O Estado tem a obrigação de promover a igualdade na sociedade. Assim, programas de assistência social, como o Bolsa Família, não são um favor, mesmo que muitos governantes coloquem dessa forma. É um dever, paliativo, que não tira ninguém da pobreza, nem promove o desenvolvimento do país. Ademas, há pouca clareza quanto o destino e uso das verbas. que são facilmente desviadas, alimentando o oposto de seu propósito: a corrupção. Acrescido a todos esses empecilhos existe um enorme caos em torno das políticas sociais brasileiras, que sem estratégias e execuções eficientes, as chances de sucesso são ínfimas. À vista disso, o foco primordial do Estado deve ser o combate as desigualdades, e as formas mais eficazes são oferecer educação de qualidade e inclusiva para todos, zelar para que ele não seja fantoche das elites e mantenha políticas de assistência universais, sem descriminalizações. Também cabe à população refletir melhor quanto a escolha dos políticos, optando por aqueles que defendam os interesses da Nação e do conjunto populacional, não apenas os seus e os dos "grandes", o que já é praxe no Congresso Nacional. A primeira coisa a se fazer é pensar o quão justo é este mundo e o quanto devemos aceitá-lo.