As políticas de desenvolvimento social no Brasil, que ganharam mais abrangência desde o governo presidente Fernando Henrique Cardoso, vêm conseguindo diminuir a miséria e alterar alguns índices antes considerados negativos para o sistema econômico vigente, como a analfabetismo e a saúde pública. Encontram-se, nessas políticas, programas sociais que visam à doação de casas, ao aumento de crianças na escola e sua manutenção, à promoção de campanhas de vacinação e à maior efetividade dos agentes de saúde, entre outras medidas objetivando à melhora das condições básicas de vida do cidadão brasileiro. Trata-se de boas ideias, mas que tem gerado controvérsias por serem medidas de solução a curto prazo, quando o real problema está estabelecido de forma estrutural na sociedade. O programa social Bolsa Família foi criado no governo Lula oferecendo uma renda fixa mensal para que as famílias mantivessem as crianças na escola. Não se criou, porém, nenhum estímulo à busca de rendas exteriores, gerando inúmeras famílias que dependem exclusivamente do programa para sobreviver, que se encontram desempregadas e se encaixam no censo na categoria de "trabalhadores desalentados" que são os que não possuem emprego e já desistiram de procurar. Essa taxa alcançou, em 2014, quase 40% das pessoas em idade de trabalho de acordo com o IBGE. Esse número elevado acarreta uma sobrecarga crescente para os programas sociais que tentam erradicar a pobreza e o desemprego, acarretando prejuízos para a economia nacional. Durkheim afirmava que a sociedade depende inteiramente das relações que o ser humano desenvolve com as instituições desde a infância. A escola, como uma das principais instituições, vem recebendo cada vez mais alunos, mas não tem recebido investimentos na sua estrutura pública, que tem estado em grande discrepância com as instituições privadas. O Brasil possui desigualdades históricas geradas principalmente no período colonial, e a única forma de haver uma real igualdade é promovendo um acesso a um sistema educacional moderno bem-estruturado, elaborado de acordo com as necessidades particulares de cada indivíduo. Deve haver um investimento no sistema educacional, com revisões e reformas na carga horária visando a um maior aproveitamento do aluno, juntamente com uma melhor qualificação do corpo docente. Deve também haver uma revisão na pauta dos programas sociais, estabelecendo tempos limite para alguns benefícios, levando os cidadãos a buscarem melhores condições de vida.