A sociedade dividida em estamentos, não é uma configuração recente, visto que desde os primórdios das grandes civilizações a organização social se prostra desta forma. Ao longo dos séculos a divisão estamental da sociedade perdurou, tornando-se ponto principal de divergências de ideais e de posicionamento político, por estar diretamente atrelada à desigualdade social. No Brasil, diz-se que o princípio de tamanha desigualdade social advém dos grandes latifúndios e grandes lotes de terra destinados a poucos, desde o período do Brasil colônia, visto que as famílias agraciadas com os lotes de terra naquela época compõe o eixo de principal concentração de renda do país. A economia brasileira se desenvolveu, tornando-se uma das mais promissoras do globo, competindo com outras grandes potências o que proporcionou uma maior visibilidade e prestígio ao país. Mas mesmo que o crescimento econômico tenha se desenvolvido significativamente, a desigualdade social no Brasil apresentava-se como uma barreira quase que intransponível. As esquerdas lutaram por anos para superar as grandes desigualdades, dando ênfase a frentes como a reforma agraria e redistribuição de renda. Desta forma, os governos atuais, defendendo estas frentes, criaram programas sociais, que de início tinham como propósito reduzir o contingente da população que vivia abaixo da linha da pobreza. Ainda assim, a má distribuição de renda está incrustrada na sociedade brasileira, os programas sociais do governo apenas amenizam os efeitos desta, que claramente se apresenta na paisagem das cidades. Os contrastes que se vê nas cidades, evidencia que o estado está longe de atingir uma melhor distribuição de renda e uma diminuição nas desigualdades existentes no Brasil. O país caminha para um amadurecimento econômico e social, que vem a passos curtos e lentos e sugere que a população brasileira não sanará tão cedo as lacunas deixadas pelo baixo desenvolvimento social. O descaso com as camadas mais baixas da sociedade torna os contrastes cada vez mais evidentes, uma vez que o Brasil se apresenta como um dos países mais desiguais para se viver, onde a maior parte da riqueza encontra-se sob o domínio de uma parcela muito pequena da população.