Em “Capitães da Areia” de Jorge Amado, o autor narra como vivem diversos “cidadãos” brasileiros. Submissa à economia, a sociedade brasileira é caracterizada por sua desigualdade. Ou seja, os indivíduos detentores de direitos sociais são aqueles que possuem determinado poder financeiro, o que difere as crianças do trapiche das demais. A fim de reverter essa realidade brasileira, criou-se a Constituição Cidadã e intensificaram-se os programas sociais, porém a política de desenvolvimento social do país desconhece a igualdade assim como o faz a economia. Assim como os capitães do Modernismo, grande parte da população não usufrui da renda nacional ou recebe uma quantia miserável. Apesar de ocupar um dos 10 maiores PIB mundiais, o Brasil possui um valor próximo de um no índice de GINI. Isto se deve a elitização social resultante do Período Colonial e a adoção de políticas neoliberais por pressão externa. O Estado submete aos interesses de uma minoria econômica, o que intensifica a concentração de renda. Porém, essa distribuição desigual é mascarada por programas sociais e pelo assistencialismo, os quais oferecem a população marginalizada requisitos básicos como: Bolsa Família, Fome Zero (extinto), cotas... Esses são polêmicos, pois diferem dos interesses da elite e da classe média e constituem medidas provisórias de integração econômica a sociedade. Portanto, o desenvolvimento social do país ainda é desiquilibrado, no qual nem todos os “cidadãos” usufruem dos direitos que a cidadania e a Constituição oferecem. O poder econômico, infelizmente, prevalece sobre a igualdade social. O assistencialismo é temporário e vigorará até que se extinga o déficit social que as elites e a classe média possuem com as camadas mais baixas. Para isso, deve-se melhorar a infraestrutura pública através de investimentos financeiros para que esta se iguale aos institutos privados dos quais os marginalizados, que assim como Pedro Bala, não obtêm acesso.