Historicamente o Brasil tem como principal característica a pluralidade étnica e cultural, desde a colonização portuguesa; quando os europeus aqui aportaram, coexistindo com nativos indígenas e, posteriormente, com escravos africanos. Essa miscigenação nunca foi respeitada, ao contrário, desrespeito e intolerância são estigmas negativos na alma e no corpo do brasileiro, segregando ainda hoje a sociedade nacional. O pluralismo é resultado dessa mistura cultural que consolidou-se ao longo dos séculos, formando uma sociedade diversificada em todos os aspectos, com rico e pobre, branco e negro, jovem e velho, magro e gordo, cristão e macumbeiro, hétero e homo, roqueiro e pagodeiro, enxadrista e boleiro, como elementos intrínsecos dessa pluralidade. Portanto, compreender e respeitar essas diferenças são fundamentais para construção da identidade da nação. Esse processo construtivo exige o repúdio e punição à toda prática de desrespeito e intolerância, haja vista que Constituição Federal garante direitos igualitários aos cidadãos nacionais, independe da raça, cor, gênero e religião. Transgredir a legislação é uma desobediência aos parâmetros legais que determinam o bem-estar social. É imprescindível que a educação fundamente essa construção, pois a compreensão histórica e o respeito a diversidade só é possível com sua implementação no processo de formação de uma consciência coletiva e tolerante. Indubitavelmente a realidade brasileira contraria essa expectativa, pois apresenta estatisticamente índices elevados de intolerância e preconceito, resultando em violência psíquica e física, principalmente contra as minorias – afro-descentes, religiosos e homossexuais etc. Essa aversão ao diferente destaca-se nas mídias sociais, sendo comum expressões de ódio contra as minorias supracitadas, apesar de toda publicidade e medidas existentes que tentam coibir atitudes antissociais. Dessa forma, a tolerância ao pluralismo do Brasil ainda é um desafio, entretanto possível de ser alcançado. Para esse fim, é necessário ações conjuntas entre os poderes, como: elaboração de leis mais contundentes, contra práticas intolerantes; execução das mesmas, como garantia do direito constitucional do cidadão à liberdade e segurança; a promoção de políticas públicas nas instituições de ensinos que objetivem a racionalização do discente; e produção e difusão midiática de conteúdos que promovam o respeito pelo pluralismo cultural. Assim, com todas essas engrenagens atuando em favor da sociedade, espera-se que a tolerância seja um ideal alcançável para a consolidação da identidade nacional.