O processo de colonização brasileira fomentou o estilo cultural do país proveniente da união de diversas matrizes culturais, sobretudo dos países europeus e africanos. Dessa forma, a singularidade da população e de cada região do Brasil desencadeia a intolerância observada, especialmente, no meio virtual e nos atos de violência registrados. Evidencia-se que com o advento da tecnologia a partir da Terceira Revolução Industrial, as redes sociais tornaram-se importantes meios de comunicação. Contudo, elas tornaram-se, também, uma ferramenta de propagação de ódio no Brasil. Observa-se que os principais ataques no meio virtual são destinados aos negros, aos homossexuais, às religiões, principalmente as afro-brasileiras e aos deficientes. Constata-se que são recorrentes sites, perfis, imagens, vídeos e textos preconceituosos compartilhados e curtidos pelos usuários. Isso ocorre, pois a ideia de anonimato na internet ainda é uma falácia. Ademais, a prática de intolerância transcende o meio virtual e atinge a população por meio da violência verbal, psicológica e física, como exclusão, apelidos pejorativos, espancamentos e assassinato. Aliás, sabe-se que no Brasil colônia os negros não podiam frequentar a mesma igreja que os brancos e o culto às outras divindades eram proibidos, além disso, o apartheid, na África do Sul foi responsável pela segregação entre negros e brancos, favorecendo a elite branca. Nota-se que essas práticas perduram na contemporaneidade e remontam os atos de preconceitos, como é retratado no caso da menina de 11 anos apedrejada na saída de um culto do candomblé, no Rio de Janeiro. Diante disso, evidencia-se que a discriminação no Brasil é uma problemática vigente. Portanto, é imprescindível que as discussões sobre a pluralidade do país sejam potencializadas nas mídias e nas escolas, no ensino fundamental e médio, por meio da história da miscigenação e do sincretismo que compõem o Brasil a fim de difundir o respeito e tolerância. Outra ação importante é a agilidade nos processos judiciários por meio de investigações efetivas, especialmente no meio virtual para que os agressores sejam punidos.