Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 09/07/2017

Em seu livro “Casa Grande e Senzala” o sociólogo Gilberto Freyre defende que a cultura brasileira foi formada nestes três pilares: nativo, colonizador e escravo. Sob tal ótica, séculos de convivência entre diferentes povos criariam, em tese, uma nação baseada na pluralidade cultural e no respeito às diferenças do próximo. Entretanto, quando observa-se a realidade nacional, verifica-se que intolerância é uma característica intrínseca à mentalidade popular, julgando e discriminando indivíduos por suas opções sexuais, religiosas e origens étnicas. Primeiramente, é válido ressaltar que, dentre todas as formas de discriminação, o preconceito sexual e étnico são os mais expressivos na sociedade. Nesse contexto, um ideal patriarcalista e darwinista ainda perdura na concepção de muitos cidadãos, fruto de um passado misógino e escravocrata. Dessa forma, negros e homossexuais são reprimidos, violentados e desprovidos das mesmas oportunidades que o “homem branco” possui. Contudo, essas práticas são ocultadas e, na maioria das vezes, seus praticantes negam essa postura, caracterizando, assim, o “racismo velado” do Brasil. Além disso, a intolerância religiosa também é uma marca degradante da concepção popular. Nesse âmbito, as religiões afro-descendentes tornam-se as mais prejudicadas e atacadas, uma vez que são rotuladas como “macumba” e “magia negra”. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de pensar e agir. Sendo assim, cidadãos que crescem imersos em tendências excludentes e intolerantes tendem a naturalizar esses atos, tornado o preconceito uma situação cotidiana e, com isso, transmitindo-os às gerações futuras. Torna-se evidente, portanto, que medidas precisam ser tomadas com o fito de assegurar uma sociedade mais justa e igualitária. Dessa maneira, é fundamental que o Ministério da Justiça, em parceira com o Poder Legislativo, instaure um projeto de lei que aumente o tempo de detenção para os crimes de intolerância. Paralelamente, as mídias, em associação com ONGs, devem divulgar campanhas publicitárias nos canais de rádio e televisão que objetivem demonstrar a pluralidade da cultura nacional e o respeito às diferenças. Por fim, como o resultado mais sublime da educação é a tolerância, na visão de Hellen Keller, é de suma importância que o Ministério da Educação promova palestras educacionais nas escolas e aumente a carga horária das disciplinas de História e Sociologia, eliminando, por meio do ensino, o estigma preconceituoso residente no fato social brasileiro.