A normalidade brasileira cristalizou-se na imagem europeia: um patriarca branco; e uma esposa delicada, de olhos azuis e cabelos lisos. Isto, ante uma composição cultural que engloba os iorubas e bantos da África; potiguaras e guaranis nativos; japoneses e toda sorte de etnias e povos, em uma sopa(pluralidade) cultural, materializa um paradoxo: uma intensa intolerância em um país fortemente miscigenado. Por serem a classe dominante, o padrão europeu incorporou e moldou a imagem do benquisto no Brasil. Assim, apesar de certo lapsos de exaltação - como no naturalismo artístico e literário - este foi o molde ao qual aspiravam as demais classes e etnias. Neste contexto, é compreensível - mesmo que não aceitável - a intolerância que perpetua até o hodierno, e que apesar de possuir sua criminalidade prevista no código penal, impera no cotidiano. O racismo provavelmente é a faceta mais visível do prisma da intolerância, dada a situação histórica e atual dos negros às margens da sociedade; contudo, há outros, como a xenofobia - contra estrangeiros; e a discriminação contra idosos, deficientes e homosexuais. A intolerância está presente até de modo menos percetível, como nas menções negativas sobre a diferença de classes sociais, e entre religiões. Não obstante a dificuldade de combater um fenômeno que se sustenta no cerne da sociedade brasileira, é preciso tentar. A ONU(Organização das Nações Unidas) pode auxiliar ao injetar no Brasil políticas que visem a exorção desse mal, como: canais de denúncia de fácil acesso e discrição; incentivo nas diversas mídias- banners, outdoors, rádios, televisão) à denúncia, à tolerância e à preponderância no sentido de tentar exercer a pluralidade, como aceitação ao próximo, repúdio à intolerância alheia e inclusão nos diversão círculos sociais e atividades(churrascos, reuniões, clubes, dentre outros). Pluralidade quer dizer aceitar - e não transmutar-se no outro.