O Brasil, acima de tudo, pode ser caracterizado por sua variedade cultural. Dotado de diversas etnias e fruto de uma multicolonização, o país enfrenta um preconceito categórico em relação à cor da pele, religião, aparência, orientação sexual, dentre outros aspectos distintos do que é considerado padrão. Nesse âmbito, compreende-se, por meio da história nacional, a intransigência herdada de um sistema colonial que sustenta a intolerância através da opressão do que se entende como diferente. De acordo com a escritora brasileira Lya Luft, essa atitude pode ser o resultado de um medo do desconhecido, que tende a “despertar a hostilidade das pessoas” e repercutir em atos de agressões, desprezo e exclusão. Dessa forma, a partir do pensamento do filósofo italiano Norberto Bobbio, que o preconceito é obtido passivamente pela tradição, pelo costume ou por uma autoridade, infere-se que esse comportamento é uma transmissão social do que se cria como esteriótipo de certo grupo. Geralmente, os mais afetados são as minorias, visto que são alvos mais comuns de uma generalização superficial e degradante. Considerando-se esse fato, tal conduta desrespeita as garantias resguardadas pelo Código Penal, que determina a discriminação como crime. Nessa perspectiva, depreende-se que é responsabilidade do Governo Federal junto à Polícia Civil incentivar, por meio de campanhas, a denúncia contra esse tipo de crime, a fim de condenar atos que ofendem e excluem indivíduos e, consequentemente, infringem a democracia. Convém também ao Ministério da Educação, associado às instâncias municipais, mostrar o que é pluralidade cultural e abordar a formação da cultura brasileira, através de exemplos didáticos nas aulas de História, Sociologia e Geografia, para proporcionar mais respeito nas relações sociais e interpessoais.