“O Brasil tem um enorme passado pela frente”, essa frase atribuída ao poeta Millôr Fernandes explicita a forte preponderância do passado na formação do futuro. No período pré-colonial brasileiro, a intolerância se tornou evidente na tentativa de imposição cultural e religiosa dos portugueses. Perdurando até os dias atuais através de práticas, tais como racismo e xenofobia. É inegável o peso da escravidão nas disparidades étnicas brasileiras presentes no século XXI. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o analfabetismo entre negros e pardos gira em torno de 15%, contra 6% dos brancos. Dado capaz de exemplificar a heterogeneidade social brasileira carregada como herança do passado intolerante e escravista. Medidas governamentais visando atenuar as diferenças são diversas, porém, pouco eficazes se tratando de igualdade. Um dos problemas mais frequentes atualmente é a imigração que surge por diversos fatores, sendo o mais comum, a intolerância religiosa. Países europeus são os maiores alvos desses imigrantes, entretanto, o Brasil considerado como país laico e de política flexível com relação a imigração é um grande atrativo para imigrantes de todo o mundo. Porém, o aumento significativo no número de refugiados no país, tem causado aversão entre alguns brasileiros. Uma pesquisa realizada pela UFMG constatou que aproximadamente 80% dos haitianos e bolivianos sofrem xenofobia e outras formas de preconceito no local de trabalho. Sob esse prisma, medidas governamentais devem ser tomadas. Por parte dos deputados, seria viável a elaboração de um projeto de lei objetivando o enrijecimento das punições para esses tipos de crime, em consonância, parcerias público privadas entre o estado e redes televisivas para veiculação de propagandas educativas visando a conscientização da população brasileira. No âmbito social, reforçar nas escolas a ideia de igualdade é primordial para garantir uma população tolerante futuramente.