Título da redação:

A relação entre desigualdade e intolerância no Brasil

Tema de redação: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 05/09/2017

A Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, renovou o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, arquitetura e música. Anitta Malfatti, artista plástica brasileira que participou do evento, retratava em suas obras personagens marginalizados dos centros urbanos, o que provocou desaprovação por parte de integrantes das classes sociais mais conservadoras. Contemporaneamente, a rejeição das inovações e diferenças permanece constante e presente na sociedade. Dessa forma, a intolerância diversificada é um fenômeno ideológico cultural inerente à cultura social brasileira , prática que deve ser combatida na infância, pois causa sentimentos de exclusão e gera violência. Em uma primeira análise, a sensação de exclusão é causada pela intolerância à pluralidade, que tem como fator um passado historicamente centrado em padronizações. Sobretudo nas últimas décadas, com a valorização de formas esteriotipadas de viver e pensar, se acentuam, nas cidades brasileiras, pensamentos de não pertencimento. A interpretação analítica de Émile Durkheim em suas obras afirma a exterioridade como característica do fato social, em que determinados grupos são responsáveis por atingir de fora para dentro sem respeitar suas vontades. Em função dessa ideologia interpenetrada socialmente, se gera a revolta e exclusão social. Paralelamente, ao se analisar a intolerância como resultado da desigualdade social causada por políticas excludentes, fica notório o crescimento expressivo da violência no país. A fundamentação desse atual panorama preconceituoso alicerçado desde o descobrimento do Brasil encontra-se ainda como empecilho na caminhada para a tolerância, devido às características dele advindas: ódio, repulsa ao outro, dentre outros fatores. Segundo levantamentos feitos pelo site G1 de notícias, as tentativas de inverter esse quadro foram ineficazes pois não há investimento em educação. Desse modo, repensar o espaço escolar é uma necessidade, haja vista o importante aprendizado de história, que aprimora os conhecimentos e consequências negativas da intolerância. Exclusão social e violência, portanto, consubstanciam a inflexibilidade sobre diferenças sociais como uma realidade empírica no Brasil. Ao se buscar a desconstrução desse paradigma, fazem-se imprescindíveis posturas de Poder Executivo Federal, sob forma de Ministério da Cultura, para a implantação de eventos de cunho educativo, em que diversas culturas sejam apresentadas aos jovens por meio do aprimoramento relativo ao respeito. Concomitantemente, o Poder Judiciário, por meio de pareceres enviados às Câmaras e Senados Federais, deve buscar a reformulação do modelo jurídico, na elaboração de um sistema normativo que possibilite sua maior aplicabilidade, com o objetivo de formar um sistema judiciário ético e justo, sem brechas para a prática de intolerância. Dessa forma, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal, utopia ou devir.