No tocante as diferenças- de cunho socioeconômico, étnico e cultural- estabelecidas numa sociedade, pode ser observado em alguns indivíduos ou grupo de indivíduos a criação de um sentimento de intolerância motivado pelo preconceito e a não aceitação dessas diferenças, sendo esta uma contradição num país miscigenado e pluricultural. Pois, em decorrência dos 300 anos de escravidão e tráfico negreiro, das imigrações dos séculos XIX e XX e do resquício da cultura nativa, que tenta se manter preservada, o Brasil adota como sua identidade nacional estas vertentes, evidenciando a vasta tradição cultural que percorre toda a extensão brasileira. Sendo estas já tão difundidas diferenças, por vezes não aceita por muitos, a principal característica do povo brasileiro. Logo, é uma contradição discriminar e negar outras culturas e tradições, sobretudo a africana, em virtude da miscigenação entre os povos e do legado familiar, tendo em vista que nossos antepassados eram ora negros escravos, ora estrangeiros imigrantes, ora indígenas. Sabendo disso, vale salientar como consequência dessa não aceitação a violência- verbal, psicológica e até física- e uma segregação. Apesar dessas diferenças e da segregação que a intolerância pode causar temos o dever de cultivar a união cultural e acolher as diferenças, a tomar por exemplo o filme animado Zootopia, onde a sociedade de animais supera suas primitivas diferenças e aceita viver em comunhão entre as espécies. Portanto, para contornar tal situação é imprescindível a união cultural no Brasil, incentivada pelo Ministério da Educação para que os jovens desde cedo aprendam o valor dessas culturas e desmotive possíveis ações discriminatórias e intolerantes. Pois Nando Reis nos ensina em sua música: "a diferença é que nos faz iguais."