Habitado inicialmente apenas por indígenas, colonizado por portugueses, governado durante sessenta anos pelos espanhóis, alvo de migrações e um passado escravocrata; o Brasil tornou-se um país culturalmente misto. Embora a pluralidade étnica e comportamental seja uma das suas principais características, a nação ainda é palco de preconceito e do discurso intolerante, tornando necessária uma análise que leve em consideração aspectos históricos e sociais. Segundo um estudo realizado pela plataforma digital Comunica Que Muda (CQM), o racismo é o maior tipo de intolerância manifestada na internet, com um percentual de 97,6% de menções negativas. O quadro é conseguinte de um sistema marcado pela exclusão social e a desigualdade econômica, explicitada muitas vezes por meio da violência física ou verbal, sendo responsável pela morte de inúmeras pessoas desde o século XVI, quando negros africanos foram desterrados e escravizados por mais de trezentos anos. No século XIX, o nacionalismo exacerbado foi um dos principais aspectos das obras literárias do romancista Gonçalves Dias. No entanto, o brasileirismo hiperbólico só se torna um problema quando é acompanhado do preconceito xenofóbico, caracterizado pelo ataque à migrantes de outras nacionalidades. Assim, ainda que a xenofobia esteja em último lugar na pesquisa realizada pela CQM, vem causando graves consequências às vítimas. Levando em consideração os aspectos apresentados, torna-se imprescindível a atuação do poder legislativo no aprimoramento das políticas de punições aos diversos tipos de preconceito, intensificando sua pena e aumentando a fiscalização, no intuito de combater o problema supracitado. Ademais,ainda pode ser considerado a intervenção do ministério da Educação através de palestras escolares, com o objetivo de formar cidadãos socialmente mais tolerantes.