É de conhecimento geral que, com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, no início do século XIX- chamado “Período Joanino”-, o incentivo à educação tornou-se mais acentuado, mediante a construção da Biblioteca Real e a fundação de escolas de medicina. Não obstante, hodiernamente, a educação à distância apresenta impasses no contexto brasileiro, em razão não apenas da deficiência na prática presencial, mas também da “liquidez” das relações entre alunos e professores. Primeiramente, cabe ressaltar que o sistema de ensino virtual apresenta uma didática pautada na estruturação de aulas e provas “online”, sendo pouco promovida a atividade prática em conjunto- exercício indispensável para a preparação de profissionais de excelência. Assim, os indivíduos capacitados por cursos virtuais, ao se inserirem no mercado de trabalho, encontram dificuldade para exercer sua profissão com dinamismo e diligência. Nesse viés, é possível associar essa realidade ao método de aprendizado encorajado na escola fictícia apresentada na obra cinematográfica “A Sociedade dos Poetas Mortos”, que estimula assiduamente a teoria, contrariamente ao estudo proativo; tal como acontece atualmente na educação à distância. Outrossim, observa-se que a relação interativa, comum nas salas de aula tradicionais, é prejudicada no ensino “online”, uma vez que o contato entre professor e aluno é limitado pelo espaço em que as aulas acontecem. Parafraseando a ideia do psicanalista brasileiro Rubem Alves, a educação não consiste em dar as respostas, mas ensinar a pensar; analogamente, a troca de experiências e de pontos de vista divergentes entre os alunos estimula a criatividade e o pensamento crítico, fatores fundamentais para que os estudantes alcancem o conhecimento. A educação à distância, entretanto, não proporciona essa convivência, o que prejudica a eficiência do futuro profissional e compromete o seu relacionamento em sociedade. Nesse sentido, urge que o Ministério da Educação, por meio de verbas enviadas pelo Estado, atue na criação de projetos de extensão voltados para a interação entre alunos do ensino presencial e do ensino à distância, por intermédio de atividades práticas, palestras com especialistas e dinâmicas em grupos. Dessa forma, de modo que os estudantes possam vivenciar experiências coletivas e a fim de que essa problemática seja atenuada, a educação nacional tornar-se-á um modelo de referência, assim como no Período Joanino.