Na língua forma, a relação entre hiperônimos e hipônimos (referentes a termos gerais e específicos, respectivamente), é fundamental à coesão textual. Do mesmo modo, ultrapassando os conceitos gramaticais, a sociedade contemporânea vive uma relação análoga, porém totalmente incoesa, dominada peo hiperônimo do culto ao corpo com abrangência aos distúrbios alimentares, seu hipônimo. A ditadura da beleza, fomentada pela mídia, distorce a versão do corpo saudável, em prol de uma visão hipócrita e universal do corpo perfeito. De forma semelhante ao magnetismo, no qual ímãs têm grande poder de atração, a mídia reforçou sua característica magnética uma vez que, valendo-se da força de sua função apelativa, "dopa" uma sociedade, que fragilizada pela própria ignorância, é "atraída" a aceitar dietas rápidas e milagrosas ou mesmo sujeitar-se à anabolizantes diários, em prol da busca fútil do corpo perfeito. Isto alimenta, nessa "sociedade enferma", distúrbios como a anorexia, a bulimia e a vigorexia. Tal devoção gera ao corpo gera uma competição individua em que tais vítimas tornam alheios os próprios corpos para adentrarem em uma corrida, valendo-se de estratégias totalmente desvantajosas, como malhar mais ou comer menos, com o propósito de conquistar, inutilmente, o "troféu da beleza estética". Tal conquista tem como empecilho a "paranoia" desses indivíduos, sobretudo adolescentes, considerando que compõe 40% dos alvos de tais sequelas psicológicas, tornando-se facilmente vulneráveis. A obsessão pelo corpo perfeito compromete toda a sociedade, desconstruindo a noção de diversidade. Porém, alterar este cenário requer, sobretudo, a difusão, por parte das empresas midiáticas, de hábitos saudáveis como, alimentação equilibrada e exercícios moderados. É necessário, também, que o Governo Federal invista em centros de reabilitação, serviços nutricionais à pessoas com distúrbios, de maneira a esfacelar a incoesão na qual a sociedade está: o hipônimo dos distúrbios alimentares, sufocado e alimentado pela devoção ao corpo.