Questões como “ser belo” inclui, em particular, um sentimento de auto aceitação e afirmação diante da comunidade em que se vive. Esse elemento primordial para a condição de bem estar não nos remete em nada a sociedade atual, que está sempre entre o impróprio e o apropriado, causando desta forma grandes impasses com o que é considerado justo para um ambiente igualitário. Assim como vários problemas que existem hoje no mundo são frutos de um passado que permitiu a ele chegar até aqui, este não foge à regra. Desde o surgimento de equipamentos e instrumentos de captura e divulgação de imagens, sendo essas em formas de fotogramas, vídeos ou imagens estáticas, o corpo passou a ser visto em escala mundial. Começou aí a veneração da imagem do outro, do que é de fato belo, trazendo a vontade de compor os mesmos espaços, ter as mesmas coisas e o pior: ser igual àquele que se faz de objeto midiático. As mulheres, que foram alvo principal desse mercado massacrante sofrem até hoje com a presença recorrente daquilo que elas não têm. Algumas mulheres tendo visto que estavam sendo vítimas de um mercado opressor, passaram a buscar um rumo diferente para a história feminina no Brasil, sendo assim, começaram a buscar cada vez mais o poder, e o mercado apelava para o mito da beleza a fim de dificultar o processo. Hoje, o raio de alcance da mídia se faz cada vez maior e mais potente, leva a todos de maneira mais expressiva o culto ao belo, mostram o que é “bom”, desta forma, sem ter muitas opções, grande números das mulheres optam por se enquadrar no sistema e sofrem mais uma vez por nunca conseguirem atingir aquilo que o mercado exige delas, provocando assim a anorexia nervosa, por exemplo, que em 2008 foi a responsável pelo maior número de mortes femininas no Brasil, por meio de por suicídios e depressões, dentro do parâmetro de transtornos psiquiátricos. Vê-se, portanto, que se torna cada vez mais necessário que as mulheres voltem seus olhares sobre si mesmas e consigam fazer uma auto avaliação crítica delas baseando-se na sociedade em que estão inseridas, pautando seus valores e comportamentos. No fim, é preciso que alguém as façam entender que a cultura é, em qualquer circunstancia, passível de mudanças, nada é pra sempre, muito menos essa crise de identidade. Só assim será possível controlar os aspectos nocivos e fatais que permeiam a recorrente busca pelo corpo perfeito, amenizando assim, o conflito com a auto-imagem.