Desde a antiguidade pode-se afirmar a existência de padrões corporais de destaque, que causavam maior admiração e interesse sexual. Contudo, naquela época, a beleza era julgada instintivamente, diferenciando-se da atualidade na qual “o belo” é previamente definido pela mídia e posteriormente imposto à sociedade. Como resposta a esse controle da mídia, muitas pessoas se torturam com o objetivo de atingir o que lhes é imposto como perfeição, tornando necessárias medidas para a recuperação dos valores humanos naturais. Muitas vezes afirma-se, erroneamente, que a busca pelos padrões de beleza ocorre apenas com mulheres, contudo os homens não estão livres de tal sofrimento. Diversas são as doenças ocasionadas pela busca incessável da mutável “perfeição”, enquanto as mulheres são as principais vítimas de transtornos alimentares que visam a perda de peso, os homens se destacam dentre as vítimas dos processos de ganho de músculos. Assim, ambos os sexos passam a ser integrantes do grupo de vítimas do que o renomado filósofo Adorno chamaria de “indústria cultural”. Como ocorre na fabricação de bens de consumo duráveis, dentro da qual Adorno desenvolve sua ideia, a verdadeira beleza encontra-se apenas na originalidade, o que faz das “cópias” objetos sem grande valor, embora ainda admiráveis. O mesmo é visível na indústria de beleza, na qual as pessoas que estão mais próximas do ideal imposto são admiradas, mas se mostram, muitas vezes, pessoas vazias de sentido e senso crítico. Logo, é importante que se reconheça o belo na individualidade, quebrando o controle de mentes exercido pela mídia, que dita ao mundo o que ele deve e o que não deve reconhecer como belo, destruindo a autoestima de uma maioria e, consequentemente, levando a ela não só uma impossível missão, mas também inúmeras doenças físicas e psicológicas. Portanto, é compreensível que o filósofo Platão chamaria o mundo contemporâneo de tolo, uma vez que ele afirmava a imperfeição do mundo material. No entanto, é possível lutar pela volta dos valores humanos, através de investimentos do governo em palestras que incentivem o amor próprio; o ensino da filosofia, desenvolvendo o senso crítico; além de uma atitude pessoal para reconhecer o belo existente em todas as coisas, como afirmava o renomado filósofo Kant.