O termo estética compõe-se de duas raízes etimológicas: "aisth", que significa sensação, sentir e "etos" que significa costume, moral.Um conceito bem divergente daquele que a sociedade costuma referir-se como estética: marcado pelo consumo exacerbado e pela ditadura do padrão perfeito de beleza inalcançável. O corpo é uma construção cultural.Se olharmos uma mesma cultura em diferentes épocas, iremos perceber que o ideal de beleza é criado, modificado, e recriado para estabelecer assim a compreensão que se tem de "belo" e "feio". Na arte da pré-história, por exemplo, nas esculturas predominavam figuras femininas com seios volumosos e quadris largos.Estamos tão acostumados a ver o que "é feio", como feio simplesmente porque ditaram isso, que se olharmos com olhos independentes de influências externas, é possível perceber que também há beleza naquilo que é fora do padrão, imposto-nos desde a infância. A mídia criou uma indústria corporal que atiça os desejos das pessoas e enaltece imagens, sujeitando toda uma geração a se aventurar em busca da forma física ideal que, na verdade, é inalcançável até para seus criadores. Isso tudo gera um ciclo vicioso em busca da confiança que nunca será alcançada sem personalidade própria e autoestima. Não há produto de beleza, cirurgia plástica e anabolizante que resolva um cérebro programado para fazer um corpo sentir-se inferior. Os governos municipais do nosso país devem tomar como referência a secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Curitiba, que proporciona projetos como o Beleza na Praça, que permite o vivenciamento de experiências culturais, pedagógicas e de elevação da autoestima para ajudar nossa população a se tornar menos superficial. Uma vez que é possível sim adentrar no mercado da estética sem impor estereótipos ou inferiorizar determinado grupo de pessoas