Título da redação:

Os transgênicos e suas controvérsias

Tema de redação: Os transgênicos no Brasil e a problematização do acesso à informação

Redação enviada em 18/10/2015

Desde a antiguidade, o ser humano vem se organizando em sociedades, este advento promoveu o crescimento das populações, o que é sempre acompanhado do aumento da necessidade de alimentos. No Egito antigo, este problema foi resolvido com a localização das cidades, pois a população se concentrava no perímetro do rio Nilo, que trazia nutrientes periodicamente, tornando as terras do local férteis. No entanto, atualmente existem mais de sete bilhões de pessoas distribuidas por todo o globo. Alimentar todas elas se tornou um desafio constante para toda a humanidade. A solução deste problema contemporâneo veio com a engenharia genética. Empresas como a Monsanto são capazes de modificar o DNA de uma planta inserindo características desejáveis como: resistência à seca e à insetos, aumento na biomassa e adaptação fisiológica a um determinado habitat. Todas essas características permitem o aumento na produção de alimentos, pois agora é possível plantar em locais antes considerados desérticos, e vencer pragas que costumavam dizimar plantações. Contudo, toda esta tecnologia não é responsável apenas por benefícios. Quando se intervém no código genético de um organismo todo o meio ambiente é ameaçado. Nesse contexto, é possível criar, acidentalmente, espécies animais ou vegetais invasoras, que com tamanha capacidade adaptativa, competem desigualmente com os organismos naturais da região, levando a um total desequilíbrio do ecossistema. Dessa maneira, é imprescindível que anteriormente ao uso de espécies modificadas, exista um estudo amplo sobre os possíveis impactos que estas podem causar. Portanto, o processo de compra de produtos com esta tecnologia deve ser transparente, o consumidor precisa saber que tipo de trabalho está financiando. Nessa perspectiva, é necessário que o poder público regulamente a atividade de empresas de engenharia genética, fiscalizando a criação e o uso de organismos modificados. As leis devem permitir que o cidadão comum saiba o que está comprando, tornando obrigatória a advertência nas embalagens desses produtos, além de exigir a publicação semestral de um relatório claro sobre as atividades, pesquisas e resultados dessas empresas. Dessa maneira, governo e população têm condições de fiscalizar a criação de organismos genéticamente modificados, afinal, como já afirmava o filósofo russo Dostóievski, "todos somos responsáveis por tudo sobre todos", e o futuro do meio ambiente e das próximas gerações está em nossas mãos.