Está em pauta o novo projeto de lei que visa omitir informações sobre a origem transgênica dos alimentos em seus respectivos rótulos. Latifundiários e comerciantes afirmam que tais dados prejudicam muito o número de vendas, porém, a omissão pode também ser considerada uma transgressão aos direitos do consumidor. Observa-se, logo, um impasse a ser resolvido. A falta de conhecimento da população é uma das principais causas pela queda de vendas dos produtos transgênicos. O produto transgênico é aquele germinado por meio de uma semente alterada geneticamente de forma a aumentar a qualidade e a quantidade da mercadoria, no entanto, devido ao senso comum, muitos relacionam tal procedimento à adição de produtos químicos tóxicos, o que não é, necessariamente, verdade. A Revolução cientifica já contribuiu muito no mundo da agricultura e, assim, colaborou para a queda dos preços dos alimentos. Observa-se tal situação durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi descoberta a síntese da amônia em laboratório, o que proporcionou um avanço enorme da produção de fertilizantes e, logo, na disponibilidade de alimentos. Assim, conclui-se que deve haver, sim, incentivos na produção de transgênicos, já que tal técnica de cultivo pode contribuir para a diminuição dos preços dos alimentos. No entanto, a omissão não é o caminho mais adequado para proporcionar os alimentos transgênicos à população, que deve ter o direito pleno de conhecer a origem os produtos disponíveis para o consumo. Embora haja vantagens no uso dos transgênicos, há uma parcela da população que possui uma preferência pelos alimentos naturais e orgânicos. Tal preferência deve ser respeitada e, portanto, os consumidores devem, sim, serem alertados sobre a origem dos alimentos disponíveis. Dessa forma, conclui-se que o poder Executivo não deve sancionar a lei que prevê a omissão dos rótulos nos alimentos transgênicos. Porém, medidas informativas também devem ser tomadas. Logo, o Ministério da Educação - em conjunto com a mídia -, poderia divulgar o conceito de “transgenia” de forma a desconstruir o senso comum. Além disso, o Estado, em conjunto com o capital privado, poderia realizar investimentos em pesquisas universitárias de forma a melhorar a tecnologia dos transgênicos, tornando-a mais eficiente, saudável e segura.