Biologia e publicidade, apesar de muitos distintas, avançam junto do desenvolvimento tecnológico. Desde a peste negra na era medieval, a demográfica mundial só aumentou, e também desde a idade das trevas, o acesso a informação só foi facilitado. A invenção dos alimentos transgênicos é um grande avanço na biotecnológica, mas precisa ser acompanhado com cuidado, e o mesmo vale para o conhecimento difundido na sociedade. O fortalecimento de espécies agrícolas através de processos transgênicos é positivo, mas a falta de estudos profundos sob os efeitos do consumo é um problema. A resistência das sementes agrícolas possibilita o plantio de alimentos em locais antes desfavoráveis, incrementando a produção mundial, reduzindo os custos e ampliando o acesso. Por outro lado, a falta de dados conclusivos a respeito das reações no organismo humano é um perigo para a comunidade internacional. Tal como certas drogas, como a cocaína no início do Século XX, novas substâncias tendem a serem vistas inicialmente como um produto benéfico, até a conclusão de estudos completos sobre os efeitos colaterais do uso. Aliado ao controverso uso de transgênicos, há também, o complexo manejo da publicidade sobre seus derivados. Todos os produtos alimentícios do mercado são obrigados a apresentar informações a respeito dos ingredientes envolvidos em sua fabricação. É a maneira mais direta de dar ao consumidor o direito de escolha a respeito do que se deseja consumir. A modificação genética dos produtos agrícolas é, como qualquer outra informação, uma característica dos ingredientes, e que ainda não possui perigo comprovado. Portanto, exigências como a do jornalista Leonardo Sakamoto, para sinalização de produtos transgênicos como avisos de perigo em cigarros é algo equivocado. O consumidor deve ter conhecimento do que se adquiri mas não deve ser influenciado negativamente sem base científica. O controverso uso dos alimentos transgênicos e a conturbada divulgação de suas informações são tópicos delicados, mas há soluções. O Brasil é um dos maiores importadores de sementes geneticamente modificadas, principalmente de soja. O governo, como órgão responsável pela segurança de seus cidadãos, deveria portanto, incentivar estudos aprofundados acerca do consumos destes alimentos, antecipando problemas gerados pelo uso dos mesmos. Por outro lado, o consumidor tem o direito de saber o que está adquirindo. A informação sob uso de alimentos modificados poderia estar presente junto das informações nutricionais do produto, como uma característica, não como um aviso de perigo, ainda insustentável.