Após a segunda metade do século XX, ocorreu a terceira revolução industrial ou revolução tecno-científica, a qual proporcionou o uso de tecnologia de ponta nos setores produtivos, principalmente, a partir da biotecnologia com a criação dos alimentos transgênicos, os quais ainda têm seus efeitos a longo prazo pouco conhecidos, gerando assim um enorme dilema. Em um primeiro plano, os alimentos geneticamente modificados apresentam inúmeras vantagens em relação aos comuns, pois possuem maior produtividade e resistência. Porém, os seus efeitos a longo prazo no organismo humano são desconhecidos. Além do mais, eles alteram o ecossistema local por serem mais resistentes às pragas e retirarem nutrientes em quantidades diferentes do solo, o que pode ocasionar o surgimento de novas pragas, mais difíceis de serem combatidas, e o empobrecimento do solo. No que se refere ao acesso à informação sobre os transgênicos, é possível afirmar que o Brasil apresenta um quadro instável, pois, mesmo que haja a exigência da rotulagem desses produtos, as empresas de publicidade e da indústria alimentícia alegam que a existência de tal obrigatoriedade é um atentado à liberdade de expressão. Tal alegação demonstra a falta de ética da iniciativa privada brasileira, que visa apenas o lucro, pois a ocultação de informações é um atentado à liberdade de escolha do consumidor. Entende-se, portanto, que é necessário que o Estado crie regulamentações que assegurem o acesso à informação nas embalagens alimentícias e incentive pesquisas em universidades públicas e privadas sobre as implicações dos alimentos transgênicos para os ecossistemas e dos seus efeitos para o consumo humano. Além da sociedade se reconhecer como instrumento político e passar a boicotar empresas que ocultem informações.