Possibilitados a partir dos avanços genéticos na área de engenharia genética, os organismos transgênicos são, atualmente, objetos de grandes controvérsias. Embora muitos destes organismos tenham tido seus cultivos comerciais liberados no Brasil, seus efeitos sobre a saúde humana não se encontram suficientemente esclarecidos. Classificam-se como geneticamente modificados, ou transgênicos, os organismos cujas moléculas de DNA foram artificialmente alteradas. A forma mais comum pela qual este procedimento é realizado consiste na extração de partes do material genético de um ser para posterior inserção no de outro. Mediante essa técnica, atenuam-se ou suprimem-se fatores que dificultam a agricultura comercial, tornando os cultivares mais resistentes às pragas e aumentando sua produtividade. A despeito das vantagens, entretanto, há indícios de que o consumo prolongado de transgênicos pode causar graves problemas à saúde humana, sendo potencialmente cancerígenos. Assim, a publicidade ampla exsurge como uma importante arma do cidadão, esclarecendo-o dos eventuais riscos associados ao consumo de transgênicos. Neste sentido, é necessária a indicação dos produtos que os contenham, indicando, também, que não há provas da segurança do seu consumo, de modo a possibilitar ao consumidor a assunção consciente de tais encargos. Ao que pese as vozes contrárias a esta ação, que alegam que tal iria contra os princípios da liberdade mercantil, a medida tem precedentes, a exemplo das advertências constantes nas embalagens de cigarro. Em países como a Austrália, ademais, sequer a logomarca da empresa tabaqueira pode, legalmente, constar em tais embalagens, o que demonstra que a liberdade empresarial pode ser relativizada em nome da saúde pública. Não se pode, entretanto, cogitar a proibição da produção de transgênicos, visto que, com o aperfeiçoamento das técnicas, pode ser possível a produção de substâncias úteis ao ser humanos, tais como combustíveis ou mesmo compostos medicinais. Sendo assim, faz-se necessário o incentivo às pesquisas acerca do efeito dos transgênicos na saúde humana, cabendo, em especial, ao poder públicos fomentá-las através das universidades estatais. Ademais, compete às escolas, à mídia e a outras plataformas de difusão informacional manter os cidadãos bem informados acerca das novas descobertas científicas acerca dos transgênicos, de modo a permiti-los analisar criticamente seus riscos e benefícios.