O Brasil, em sua contemporaneidade, enfrenta a significante questão dos relacionamentos abusivos. Hodiernamente, casos não apenas de violência física, como também de violência psicológica contra mulheres, embora sejam considerados crimes, persistem intrinsecamente em diversas relações no país. Nesse sentido, cabe analisar os entraves vinculados à problemática dos relacionamentos abusivos e seus fatores impulsionadores na vigente sociedade brasileira. Primordialmente, é indubitável que a aplicação das leis constitucionais esteja entre os princípios do problema. A lei Maria da Penha tipifica como crime agressão física, psicológica e moral contra mulheres e promove mecanismos de combate à violência doméstica. No entanto, ainda que existam, no Brasil, mecanismos de combate à violência contra a mulher, o atual cenário de impunidade, por conseguinte, desencoraja mulheres vítimas de agressões a recorrerem à justiça e, assim, propicia que os agressores, sem quaisquer temores, permaneçam praticando atos violentos contra as vítimas. Outrossim, cabe salientar que a dependência econômica impede que vítimas deixem parceiros. Segundo o estudo realizado pelo Centro pelo Direito à Moradia Contra Despejos, a falta de acesso a uma moradia impede que as mulheres que sofrem maus-tratos possam escapar de seus agressores. Sob esse viés, compreende-se que as vítimas, quando dependem economicamente dos parceiros, permanecem com os agressores em troca de estabilidade e, dessa maneira, enfrentam um relacionamento constantemente violento. Dessa forma, medidas são necessárias pra resolver esse impasse. Portanto, o Governo do Estado deve otimizar a criação e a aplicação de leis mais severas referentes à violência contra a mulher, a fim de garantir a segurança das vítimas e punir devidamente os agressores. Ademais, o Ministério Público, aliado às ONGs, deve promover intensivamente campanhas sobre a importância de denunciar os maus-tratos em relacionamentos, por intermédio dos diversos meios de comunicação social, para que haja uma maior conscientização populacional. Desse modo, entender-se-á o necessário combate à violência nos relacionamentos do corpo social brasileiro.