O caso recente da morte de uma advogada, posterior a agressões provocadas pelo seu marido, evidencia que o feminicídio no Brasil perdura de forma violenta. Esse é fruto de relacionamentos abusivos, um problema hodierno, porque representa a impetuosa repressão contra mulher em decorrência da perpetuação do machismo. De fato, a equidade de gênero é assegurada pela Constituição Federal de 1988. Entretanto, há uma contrariedade entre o que é defendido juridicamente e a realidade, que aponta para 52 milhões de brasileiros que afirmam ter algum conhecido que já foi violento com a parceira, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Avon e Data Popular em 2014. Nela, apenas 9,4 milhões admitem terem sido imoderados, mas os índices aumentam quando fatores abusivos são listados sem que sejam nomeados assim. Certamente, muitos casos de violência decorrem pela falta de discernimento entre o que se considera ou não uma ação abusiva. Segundo o filósofo Albert Einstein: “A menos que modifiquemos nossa forma de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”, portanto, em um contexto machista e com falta de ações que visem reflexões e problematizações a respeito desse, a resolução do impasse fica comprometida. É evidente, portanto, para que haja diminuição de relacionamentos abusivos, que medidas devem ser tomadas. Cabe ao Governo Federal fornecer maior verba para o Ministério da Cultura e Ministério da Educação, para que esses, em parceria, criem projetos que fomentam debates na população sobre esse tema, como palestras com especialistas na questão de gênero nas escolas públicas, privadas e centros culturais bem como exposições monitoradas por professores sobre o movimento feminista e a divulgação desses. Dessa forma, a mudança da visão de mundo atual afetará em ações positivas e menos violentas.