Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 19/10/2018

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que reflete sobre os conflitos do cidadão contemporâneo, afirma ser comum às sociedades pós-modernas a convivência frequente com problemas de variadas espécies. Na esteira do pensamento de Bauman, está a realidade do Brasil, que tenta administrar os impactos do controle de poder de um indivíduo com seu parceiro. Com efeito, a questão do relacionamento abusivo é uma problemática latente, e sua manutenção está atrelada à culpabilização da vítima e à possessividade exagerada de uma pessoa com seu companheiro. Em primeiro plano, a posse sobre o outro corrobora o distanciamento da vítima de abuso do meio social. Isso se deve à ideia de superioridade instaurada na contemporaneidade, advinda do Período Colonial, no qual a mulher era submetida às ordens do seu marido sem poder se posicionar. De acordo com isso, cabe ressaltar que em sua maioria, os casos de relacionamentos abusivos ocorrem em relações heterossexuais, onde o agressor, na maior parte das vezes, é o homem. Sendo assim, o homem enxerga a mulher como alvo de manipulação por julgá-la como frágil e por acreditar que deve estar no controle do relacionamento, esse tipo de abuso é herança de uma sociedade machista que objetifica a mulher. Dessa maneira, a possessividade exagerada do parceiro torna a mulher vulnerável às suas decisões, o que o leva a achar que pode interferir com quem seu cônjuge irá se relacionar, isolando-a até mesmo do convívio com amigos e familiares. Ademais, a cultura de culpabilização da vítima impede que a vítima saia de relacionamentos abusivos. A partir dessa perspectiva, na pesquisa DataSenado de 2013, 30% das mulheres disseram não confiar nas leis e nas medidas formuladas para protegê-las da violência. Desse modo, muitas vítimas acreditam que a culpa de estarem em uma relação ruim são delas, visto que o homem as fazem acreditar que elas não serão capazes de encontrar outra pessoa tão boa quanto ele e que queira ficar com uma pessoa problemática como elas. Mediante a isso, o homem faz a mulher se sentir culpada como forma de justificar suas atitudes abusivas e isso contribui para que a parceira se sinta reprimida a sair desse tipo de relacionamento. Além disso, as vítimas principalmente da violência física e abuso sexual, quando relatam a possibilidade de denunciar o parceiro, sentem medo diante de um processo que ainda é juridicamente longo, o que mostra a dificuldade em sair de um relacionamento abusivo, uma vez que envolve questões econômicas, emocionais e afetivas, legais e burocráticas. É pertinente, portanto, que a questão do relacionamento abusivo é um problema presente na sociedade brasileira, no qual se mantém pela posse exagerada de uma pessoa com seu parceiro e pela cultura social de culpar a vítima de abuso. Para mudar esse cenário, é impreterível a ação do Governo Federal na disponibilização de uma maior quantidade de defensores públicos especializados na Lei Maria da Penha, que garanta aos indivíduos abusados física e mentalmente, que não possuem condições econômicas, uma defensoria de qualidade, a fim de que os parceiros que dependem dos seus cônjuges não se sintam reprimidos na hora de sair de uma relação abusiva. É necessário também, a ação das Universidades Públicas o papel de criar palestras sobre as formas de abuso e disponibilizar psicólogos que mostrem os tipos de abusos, a fim de que o esteriótipo de que abuso é apenas físico seja exterminado. Somente assim, o pensamento do sociólogo contemporâneo não seja mais passível de analogia com o assunto sobre relacionamento abusivo, de forma a criar uma sociedade mais