A arte de se relacionar bem com as pessoas é uma das habilidades essenciais para o bom funcionamento da vida em comunidade. Entretanto, observa-se a presença de relacionamentos abusivos nas diversas interações sociais alcançando desde o âmbito familiar até ambientes organizacionais. Nesse sentido, entre os fatores que impulsionam tais abusos pode-se apresentar a falta de apoio psicológico aos atores envolvidos e falta de diálogo sobre assunto nos espaços educacionais, consequências da ausência do Estado diante desse problema. Inicialmente, observa-se que tanto as vítimas quanto os agressores em um relacionamento abusivo precisam de suporte psicológico e emocional. Normalmente, às vítimas se veem sem opção, coagidas, indignas de merecer algo melhor e acreditam que devem aturar esse tipo de relacionamento e que existe um vínculo que não pode ser rompido. Por outro lado, os agentes de práticas abusivas reproduzem as situações adversar que vivenciaram na infância e adolescência e agem com desrespeito, opressão e violência. Seja um chefe que se aproveita do cargo para agir de forma imoral com seus subordinados ou um namorado que dita as pessoas com quem sua parceira pode ter amizades, todos precisam de aparato psicológico para gerir melhor suas vontades e ter clareza que abusos não devem ser praticados nas relações sociais. Outro fator impulsionador é a falta de discussão sobre o tema. Segundo Dale Carnegie, o simples fato de compreender o ponto de vista das outras pessoas e aprender a olhar as coisas tão bem pelo ponto de vista delas quanto pelo seu faz toda diferença na arte dos relacionamentos. É necessário entender os limites dos relacionamentos e compreender até que ponto já não é mais saudável manter certos vínculos. Muitas pessoas não tem a noção do quão é importante ser pacífico, tolerante, paciente e cordial nos relacionamentos uns com os outros. Nesse contexto, percebe-se que a sociedade tem necessidade de aprender sobre como se relacionar melhor. Dessa forma, para minimizar os relacionamento abusivos no Brasil o Estado por meio do Ministério da Saúde deve investir mais em profissionais psicólogos e levá-los para cidades e municípios de modo a oferecer atendimento psicológico gratuito a população, além de investir em campanhas de divulgação da disponibilidade desse atendimento nos meios de comunicação. Com isso, os cidadãos terão à sua disposição o auxílio necessário para lidar e superar relacionamentos abusivos. Ademais, o Ministério da Educação deve capacitar profissionais para discutir sobre o tema dentro e fora dos ambientes educacionais fomentando a discussão sobre o tema em sala de aula e formando pessoas com conhecimento e habilidades para bem se relacionar.