A cultura de um país é inextricavelmente relacionada com o passado e o modo como esse foi colonizado, já que o Brasil possui grande número de casos de relacionamentos abusivos, geralmente, entre homens e mulheres, em razão da herança de uma cultura europeia machista. Além disso, esse cenário se perpetua também pela falta de medidas efetivas na educação, o que é o principal fator motivador para a questão. É indubitável que o Brasil presencia uma situação alarmante referente aos relacionamentos abusivos, que envolvem tanto violências verbais quanto físicas, sendo predominante as vezes em que a mulher é a violentada, uma vez que, segundo a emissora BBC news, duas brasileiras morrem a cada duas horas víimas de feminicídio. Desse modo, é triste o fato de que essa situação ocorra com tal frequência, visto que é prevista na filosofia, quando o filósofo alemão Arthur Schopenhauer afirmara que todo homem se preocupa com o próprio campo de visão e o toma como os limites do mundo, o que é, inclusive, motivado pela cultura e pelo contexto histórico, isto é, um fator que impulsiona a perpetuação de tais relacionamentos. Outrossim, o filósofo prussiano Immanuel Kant falara que todo indivíduo é uma consequência e resultado da educação em que lhe foi estabelecido, ou seja, as instituições brasileiras de ensino são responsáveis por grande parte das ações dos cidadãos. Dessa maneira, ao levar-se em consideração que, segundo a Unesco, o Brasil apresenta uma queda no nível de educação mundial e, portanto, uma precária qualidade na formação dos indivíduos, esses são levados, consequentemente, a adotarem os erros herdados do passado da nação como formas de vida, a exemplo do comportamento machista que acarreta futuros abusos. Logo, os relacionamentos abusivos no Brasil são impulsionados pela herança comportamental do contexto histórico brasileiro e pela falta de educação de qualidade, os quais são solucionados com ações interventias eficazes. Para isso, o Ministério da Educação deve estabelecer aulas em todo território nacional que tratem sobre o machismo e o abuso, ministradas por psicológos de maneira dinâmica, a fim de desconstruir a herança machista da sociedade brasileira e promover o empoderamento feminino. Assim, o homem não será mais motivado pelo seu próprio campo de visão como dissera Schopenhauer e poderá respeitar o próximo.