Com o início dos movimentos feministas no Brasil datados no século XIX, a mulher vem, a cada dia mais, ganhando espaço na sociedade. No entanto, o patriarcado que assola o pensamento tradicional dos homens machistas, ainda vê o sexo feminino como inferior e submisso, o que resulta em uma série de conflitos sociais que geram a imposição de um relacionamento abusivo e, em muitos casos, o feminicídio. Um relacionamento abusivo é caracterizado quando há presença de violência física, moral, psicológica e patrimonial como aconteceu, por exemplo, com o caso da advogada Tatiane Spitzner. Segundo o Ministério Público do Paraná, a advogada assassinada em julho desse ano era frequentemente assediada pelo marido, cujo qual a chamava de apelidos humilhantes e a obrigava a fazer todos os serviços domésticos sem o auxílio de uma diarista. Deste modo, a exemplo do caso de Tatiane, é preciso que haja o rompimento do paradigma popular que afirma: “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, pois se alguém houvesse interferido na última briga do casal, provavelmente a vítima ainda estaria viva. Destarte, segundo o pesquisador Daniel G. Saunders, em um artigo do site “the conversation”, existem uma enxurrada de motivos que levam à escolha da mulher em continuar inserida dentro de um relacionamento abusivo. Dentre outros citados pelo autor, há a dependência financeira, a falta de apoio de amigos e familiares e, o mais recorrente, a falta de autoconfiança que é, por muitas vezes, destruída pelo opressor. Sendo assim, tendo como fator impulsionador de um relacionamento arbitrário a objetificação da mulher pelo homem, faz-se necessário medidas interventoras para mudar esse pensamento machista. Primordialmente, as esferas estaduais devem lançar campanhas de conscientização nas escolas que visem a busca pelo debate do papel feminino no âmbito social, e o quanto esse desempenho mulheril é importante para o desenvolvimento de uma sociedade saudável e livre do sexismo. O Governo da União, por sua vez, deve destinar verbas para o Ministério da Segurança Público afim de que este órgão designe tal investimento para a maximização da segurança da mulher em todas as províncias federativas, em especial aquelas com índices mais críticos, como Roraima, Goiás e Mato Grosso.