O termo patriarcalismo, ideologia que centraliza o homem como líder, tem origem grega, advindo de uma sociedade na qual as mulheres eram julgadas como inferiores. Atualmente, mesmo após os progressos no campo cultural e profissional, nota-se que as raízes desse processo de dominância ainda são visíveis nos relacionamentos ditos abusivos que, aliando-se a ausência de informações para as vítimas, corroboram para uma sociedade ainda machista. Assim, é válido analisar tais pontos. Em um primeiro momento, observa-se a persistência da ideologia patriarcal nas relações. Isto é, o pilar desses relacionamentos advém da necessidade de controle que permeia a tradição masculina. Desse modo, tal processo acentua-se quando a imposição de restrições, por parte do homem, contrasta-se com a autonomia feminina, o que pode gerar manifestações de violência de diversos tipos. Ademais, é válido ressaltar que há uma deficitária discussão acerca das características de uma relação desse tipo. No BBB 17, Marcos e Emile, casal formado no confinamento, apresentou ao país, diversas vezes, um exemplo de um relacionamento abusivo, com direito a intimidações e ameaças. Entretanto, não foi caracterizado como tal pelo programa, o que demonstra que existe uma negligência sobre o assunto, o que dificulta as vítimas de notarem as características mais sutis, como a violência psicológica. Fica claro, portanto, que há, envolto nos relacionamentos abusivos, a cultura machista e a ausência de informações. Para reverter tal contexto, é necessário que o Ministério da Educação, a partir do ensino médio, insira o debate nas escolas, convidando participantes do movimento feminista para debater e caracterizar as formas de violência, para uma melhor conscientização desde cedo. A mídia, usando o seu poder de alcance, pode discutir tal pauta em telenovelas, encenando cenas que provoquem catarse no público. Só assim a comunidade social, gradativamente, reconhecerá e abolirá relacionamentos do tipo.