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Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 29/09/2018

Para o professor Leandro Karnal, nenhum ato de violência é justificável. Nesse mesmo viés, o filósofo Mário Sérgio Cortella alegou em uma palestra que os agressores violentos começam a prática com pequenas atitudes que revelam desvios de caráter e, com o tempo, tornam-se cada vez mais agressivos e autoritários. Desse modo, pode ser observada a realidade de inúmeros relacionamentos abusivos no Brasil, não apenas com violência física, mas, principalmente, psicológica. Em primeira instância, vale ressaltar que para um relacionamento ser considerado abusivo não é necessário que haja agressão física. Nesse ínterim, atitudes que se tornaram "comuns" como ciúmes excessivo, privação de amizades, controle de redes sociais e menosprezo do parceiro são considerados sinais de um convívio abusivo e bastante arriscado à integridade tanto moral quanto física da vítima - como defende o Conselho Federal de Psicologia. Mesmo assim, as mulheres, que são as maiores vitimadas dessas situações, não conseguem reagir pois os parceiros afirmam que jamais encontrarão alguém que as "ame", além de culpá-las pela atitude rude, enquanto isso, um ciclo vicioso é mantido. Por outro lado, um fator preocupante foi que após divulgações recentes de "posts" no Facebook por grupos de jovens feministas que relatavam 10 sintomas de um relacionamento abusivo, com a finalidade de orientar os jovens para analisarem os respectivos relacionamentos, inúmeras moças foram contra a lista de sintomas e comentaram na rede que era "normal" uma relação apresentar pelo menos uma das características. Dessa forma, após atrizes famosas, como Bruna Marquezine, se pronunciarem sobre esse fato, pôde ser constatado a banalização que há nesse meio por parte das mulheres que sofrem agressões verbais, ainda que a violência seja recorrente no âmbito social, jamais será normal. Por fim, esses sintomas de precaução propostos pelos grupos empoderados reafirmam a ideologia de Cortella, a qual defende que o nível de atitudes violentas segue uma linear crescente. Infere-se que, portanto, com o intuito de minimizar os efeitos dos relacionamentos abusivos no Brasil, cabe, principalmente, ao curso de psicologia das universidades federais e privadas realizar campanhas de alerta em meio acadêmico, com o incentivo dos docentes, por intermédio de palestras e cartazes que exponham a realidade e promovam mudança no comportamento dos estudantes. Para mais, todas as escolas de ensino médio regular devem contratar psicólogos (de acordo com a Lei 3688/2000), com concursos públicos ou contratos, para que os alunos tenham o acompanhamento acessível e necessário. Somente assim, os abusos serão diagnosticados desde os primeiros sinais - como propõe Cortella- e devidamente evitados.