Segundo Sartre, filósofo do existencialismo, “a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”. Em paralelo a esse pensamento, vários relacionamentos conjugais transformam-se em relações abusivas, culminando a violência e a morte em derrota, como consequência de uma relação que extrapolou os limites. Primeiramente, a relação abusiva se dá quando um dos cônjuges inibe a personalidade, os atos ou as escolhas do outro, fazendo do companheiro algo da própria dominação, como um objeto sob seu poder. Ademais, as vítimas dessas situações são, na maioria das vezes, as mulheres por serem estereotipadas como sexo frágil por uma sociedade machista que, infelizmente, é dominada pelo patriarcado medieval em plena era contemporânea. Além da falta de amor e de respeito, o agressor do relacionamento não possui limites nas próprias atitudes. Em decorrência disso, traumas físicos e psicológicos podem ser desencadeados na vítima e evoluindo a um possível óbito, posto que diante de uma situação de desentendimento, a mulher tem medo de esboçar a reação de defesa e tornar o momento ainda mais hostil, temendo pela própria vida. Desse modo, independente da falta de caráter, amor ou respeito, não só em um relacionamento, mas em toda a sociedade deve existir respeito entre as pessoas e voz de amparo entre os agredidos e o Estado, para que uma relação não se transforme em êxito letal, uma derrota. Dessa forma, o Ministério da Justiça deve, portanto, criar ouvidorias e aplicativos online para denúncias, por meio do auxílio de programadores dos tecnopolos, na criação e na manutenção, em conjunto com as delegacias da mulher, de maneira que esses artifícios venham possibilitar o registro de imagem e áudio em tempo real, e, informar à guarnição policial mais próxima, por intermédio de aviso por GPS ao portal da delegacia, para que essa, por sua vez, dê respaldo e proteção à vítima que está sendo alvo, nas vias de fato, de uma relação abusiva e, assim, amenizar as consequências da derrota que a violência traz consigo.