Na década de 60, a escritora Clarice Lispector escreveu um conto metafórico, Uma Galinha, nesse conto ela utilizou a analogia a galinha para criticar a condição de submissão da classe feminina, a qual, como na história, se submete a qualquer situação para escapar da violência, todavia ao final, mesmo com toda a humilhação, acaba morta. Embora tenha se passado meio século da publicação, tal história é concreta, sendo fortemente recontada diariamente pois a sociedade ainda vê a mulher com inferioridade, além de encobrir os casos de feminicídios, o que acaba por mascarar e perpetuar o problema. Sócrates, um dos filósofos mais vivo na sociedade ocidental, deixou uma herança predefinida sobre o papel das mulheres na sociedade, para ele aos homens ficavam a política e às mulheres, a casa, o que deixa evidente o papel menos nobre e de submissão desse gênero, tal advento machista ainda influi na sociedade, criando, assim, níveis hierárquicos aos relacionamentos e, por consequência, eleva um membro enquanto outro se torna submisso e, portanto, susceptível a violência física e psicológica, demostrando o porquê as mulheres são, em sua maioria, as principais vítimas de relacionamento abusivos. Dada as condições ideais a violência, a sociedade procura ocultar os crimes, que se iniciam nas próprias corporações de segurança, uma vez que, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apenas 10% dos casos de assassinatos de mulheres foram registrados como feminicídios, o que faz com que o problema seja maquiado e ocultado. Ademais a isso, a sociedade baseado no pensamento socrático defende o agressor com argumentos, como – matou por amor ou mereceu porque o traiu – o que institui a culpa a própria vítima, e essa fique, dessa maneira, violentada e desamparada. Dessarte, é necessário que o Governo Federal construa mais centros de proteção a mulher, haja vista que são quantitativamente as maiores vítimas , os quais devem ter amparo de policiais, psicólogos e médicos, esse cuidarão tanto da segurança e moradia, bem como a parte psicológica, qual deverá ser continuamente reconstruída para que ao final as mulheres entendam que iguais aos homem e, portanto, não podem mais se subordinar ao papel de “galinha”, pois apenas dessa maneira o conto servirá para retratar o passado, preferencialmente muito distante.