Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 25/09/2018

O histórico patriarcalista do Brasil reflete-se na alta taxa de relacionamentos abusivos, apresentando violência contra a mulher e até feminicídios. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país em 2017. Nesse contexto, entende-se que o aspecto cultural e o desamparo legal das vítimas que denunciam são fatores que mantêm esse quadro caótico. Primeiramente, ressalta-se que ainda existe uma cultura extremamente machista no Brasil, o que constrói a ideia de que a mulher é inferior e um objeto de manipulação masculina. Sendo que, muitas vezes, não há o reconhecimento de uma atitude abusiva pelo homem. É o que mostra uma pesquisa do Instituto Avon e Data Popular em 2014, em que 52 milhões de brasileiros conhecem alguém que foi violento com a parceira, contudo somente 9,4 milhões admitem ter realizado essa conduta. Desse modo, é perceptível que os atos abusivos não são vistos como tais pelo agressor, o que pode camuflar a situação e gerar subnotificações dos dados. Outrossim, mesmo após a promulgação da Lei do feminicídio em 2015 e outras, como a Lei Maria da Penha, a segurança da denunciante ainda é precária no cenário prático. Nessa perspectiva, muitas mulheres sentem-se acuadas e receosas em denunciar, seja pelo fato de o agressor ser o único provedor financeiro da família, seja pela falta de proteção do Estado contra o agressor, que, por vezes, é preso somente quando ocorre o feminicídio. Assim, há a permanência do ciclo da violência contra a mulher e dos altos índices de feminicídios, a exemplo do recente caso da advogada Tatiane Spitzner a qual foi brutalmente assassinada pelo marido. Destarte, os relacionamentos abusivos precisam ser tratados com seriedade, afinal há em jogo uma vida. Dessa maneira, o poder legislativo deve acrescentar à Lei Maria da Penha o amparo prático às vítimas de violência, com a criação de casas de acolhimento a essas mulheres e seus filhos até o final da tramitação processual contra o agressor, além de ajudar as mulheres desempregadas na sua inserção no mercado de trabalho, promovendo sua autonomia financeira e segurança. Ademais, cabe às escolas transmitir a ideologia de igualdade de gênero, com a realização de oficinas de discussão por meio de filmes e literaturas sobre a violência contra a mulher.