Promulgada em 2006, a Lei Maria da Penha busca garantir punição e erradicação da violência contra a mulher. No entanto, atualmente, quando se pensa nos inúmeros casos de feminicídios (homicídios de mulheres) divulgados pela mídia, comprova-se que uma parcela considerável da população se encontra em relacionamentos abusivos. Nessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro. É indiscutível que as relações entre o Estado, o indivíduo e a sociedade influenciam para formação de uma cultura machista em que a mulher é vista como algo a ser controlado. Afinal, esse tipo de ideologia abre espaço para violência não somente física, mas também psicológica. Pois, de acordo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano 2017, em média 12 mulheres foram assassinadas por dia. Diante do exposto, percebe-se que é inaceitável a manutenção de tal dado. Outrossim, a dificuldade em identificar um relacionamento abusivo e o medo da denúncia se configuram como a raiz do problema. Nesse sentido, segundo a escritora Simone de Beauvoir “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Desse modo, fica evidente que o papel social feminino vai muito além de uma suposta determinação biológica, exige luta por liberdade e sobretudo autonomia para não se tornar um mero objeto sujeito à posse. Urge, portanto, a necessidade de desconstruir a cultura do silêncio que admite agressões físicas e morais. Logo, cabe à mídia funcionar como agente de alerta, veiculando em sua programação características que configuram um relacionamento abusivo. Isso pode ser feito por meio de comercias na televisão ou no rádio, e por hipertextos online. Dessa maneira, será possível reduzir os casos de feminicídios decorrentes de relacionamentos abusivos porque as vítimas estarão mais aptas à denúncia.