Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 22/09/2018

Em conformidade com dados obtidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança pública, no ano de 2017 uma mulher foi vítima de assassinato a cada duas horas no Brasil. Muito embora a constituição brasileira apresente leis como as leis Maria da Penha e a do feminicídio em vigor, tal estimativa reflete o atual cenário gritante no que tange à violência contra a mulher e comprovam que apenas a teorização da problemática não conduzem ao combate efetivo da questão. Dentre os fatores que auxiliam no continuísmo desse revés, é possível mencionar a conservação do pensamento patriarcal ainda vigente no Brasil e a ausência de políticas que visem estimular a necessidade de denunciar casos abusivos. Historicamente, a organização social institucionalizou o sexo masculino como o gênero dominante em múltiplos aspectos e consequentemente promoveu um discurso de suposta superioridade em relação ao sexo feminino. Na contemporaneidade, tal ideia perpetua-se de um modo sutil, manifestando-se por meio da denominada violência simbólica, teorizada pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Trata-se um forma de violência sem coação física, pautada em pequenos atos corriqueiros que inferiorizam e agridem a imagem feminina. Fator que favorece a ideia de legitimidade no que tange aos abusos físicos e verbais dirigidos a esse público. Outrossim, o receio proveniente das mulheres em relação a denúncia bem como o alheamento dos indivíduos que presenciam as agressões, também são entraves na resolução da problemática. Visto que as agressividades tanto físicas quanto verbais são, em diversos casos, seguidas por ameaças. Desse modo, um elevado número de ocorrências envolvendo violência permanece no anonimato e apresenta comumente um desfecho fatal. Assim, infere-se que mobilizações sociais necessitam ser desenvolvidas a fim de coibir com os efeitos danosos das relações abusivas. Convém inicialmente aos órgãos de segurança pública, precisamente as delegacias especializadas, disponibilizarem atendimentos eficientes à vítimas de violência, de modo que além do agressor receber a devida punição, o sofrente também seja amparado por profissionais da saúde e receba acompanhamento psicológico eficaz. Ademais, cabe à mulher violentada não omitir a situação deplorável em que vive e denunciar, buscando posteriormente o auxílio policial e familiar necessário. Dessa forma será factível combater esse drama lesivo e perdurável na sociedade brasileira.