Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 21/09/2018

No livro "Casa Grande e Senzala", do escritor Gylberto Freire", é exposto o poder do patriarcalismo no Brasil Colônia, tendo o patriarca o controle irrestrito de suas terras, de seus filhos e de sua esposa. Em sua obra, o sociólogo se preocupa em relacionar tal período com a formação cultural brasileira e seus reflexos na atualidade. Nesse sentido, é evidente que a concepção da mulher como propriedade ainda é aderida por homens no país, haja vista que estes exercem poder de controle sobre suas esposas e namoradas, agredindo fisicamente e emocionalmente, transformando o relacionamento conjugal e afetivo em abusivo. Sendo necessários subterfúgios, a fim de extinguir o abuso, a violência e o feminicídio no país. Em primeira análise é importante ressaltar que um relacionamento abusivo é baseado na dependência emocional, no conceito errôneo de amor e no medo. Esse imbróglio, muitas vezes, é de difícil percepção, haja vista que não se resume somente em abuso físico, mas se estende ao psicológico, impedindo, na maior parte dos casos, que as vítimas busquem ajuda. A exemplo disso, o desenho infantil " A Bela e a Fera", resumem tal agressão e a formação de esteriótipos de aceitação pela sociedade, já que a personagem Bela, apesar de não ser agredida, é mantida em carcere de forma romantizada e é obrigada a interagir com seu sequestrador, criando uma relação de "amor" baseada no controle. De maneira análoga, a síndrome de Estocolmo, ou seja, o desenvolvimento de amor e defesa do sequestrador, após longos períodos de abusos, infelizmente é notado nas mulheres brasileiras, pois apesar das agressões, ainda nutrem afetividade pelos maridos, sendo inaceitável a persistência do impasse. No entanto, apesar do Brasil possuir leis protetivas, como a lei Maria da Penha e prescrição no Código Penal para o crime de violência, os casos de feminicídio ainda são alarmantes, pois, segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houveram 533 mortes em 2017. Tristemente, além da inércia governamental, em penalizar os agressores e a atual cultura de culpabilização da vítima, a falta de denúncia da comunidade aos casos de violência é reflexo do individualismo e da falta de empatia presente na sociedade líquida. Tais atitudes corroboram no ciclo de violência que não se resume somente na mulher, mas aos filhos. Logo, diante pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor", as crianças também entram nesse ciclo vicioso, podendo ser os agressores no futuro. Exposta a problemática fazem-se presentes medidas para acabar com os relacionamentos abusivos no Brasil. O Governo Federal, juntamente com Ministério da Educação, deve iniciar uma campanha nacional direcionada às famílias da comunidade, utilizando as escolas para levar palestrantes que sofreram abusos em relacionamentos e psicólogos especializados nessa área, a fim de cientificar as mulheres sobre os tipos de abusos, bem como o incentivo à denúncia. Não somente isso, os alunos da escola deverão receber cartilhas socioeducativas que mostrem o que são atitudes de afeto e respeito, bem como o que é abuso de fato. Só dessa forma, utilizando os métodos adequados, o povo mudará o conceito de relacionamento.