As atitudes que caracterizam um relacionamento abusivo vão muito além de agressões físicas. Observa-se na sociedade contemporânea uma evolução referente ao posicionamento da mulher na equidade social. Entretanto, essa ainda é a principal vítima dos relacionamentos abusivos. As atitudes que caracterizam um relacionamento abusivo vão muito além de agressões físicas, são diversos tipos de agressões vivenciadas por mulheres no ambiente familiar como, por exemplo, as agressões psicológicas que afetam diretamente a autoestima. Nesse contexto, tem-se como resultado dos relacionamentos abusivos o aumento dos casos de feminicídio no Brasil. De inicio é relevante observar que a sociedade brasileira desenvolveu-se sobre bases patriarcais de cunho machista, na qual, a mulher por muito tempo foi vista como objeto de manipulação que estaria a serviço dos homens. Somente no século XXI houve a criação das primeiras leis que garantiam às mulheres a preservação da integridade física e moral e a penalização jurídica aos agressores. Tem-se como exemplo mais recente a Lei do Feminicídio, promulgada em 2015 pela Presidenta da República, Dilma Rousseff. Nesse sentido, o crime de feminicídio está diretamente relacionado à violência doméstica e familiar que tem como fator precursor os relacionamentos abusivos. Todos os anos, milhares de mulheres são mortas em decorrência desses relacionamentos intensificando o processo de formação de uma sociedade desigual e com altíssimos índices de violência. Cabe trazer ao debate a perspectiva da especialista Pamela Magalhães, a psicóloga afirma que a problematização dos relacionamentos abusivos está no contrato relacional, no qual, vítima e agressor estabelecem uma relação de permissividade, onde agressões físicas e psicológicas não são denunciadas para às autoridades públicas e nem compartilhadas com familiares por haver um receio em romper os laços afetivos com o(a) parceiro(a). A partir dessa perspectiva, nota-se a complexidade nas questões referentes aos relacionamentos abusivos. Os sentimentos de dominação e posse são os mais frequentes entre os relacionamentos abusivos contribuindo para instabilidade da relação e para o inicio das ofensas e agressões. Portanto, para solucionar as consequências dos relacionamentos abusivos no Brasil, faz-se necessária uma integração entre O Ministério da Saúde, O Ministério da Justiça e A Secretaria da Mulher. O Ministério da Justiça ficará responsável por garantir a segurança às vítimas de violência doméstica e familiar por meio da construção de delegacias especializadas nesse atendimento de modo a promover a fácil acessibilidade da vítima e a rápida prisão dos autores. Já a Secretaria da Mulher deverá articular formas de conscientização da população quanto a problematização da persistência dos relacionamentos abusivos na sociedade, essa conscientização pode ocorrer por meio de palestras abertas ao público e propagandas difundidas pelos meios de comunicação de modo a atingir o maior número possível de pessoas. Por fim, o Ministério da Saúde deve auxiliar as vítimas de violência com atendimentos médicos e acompanhamento psicoterapêuticos de modo a reintegrar a vítima à sociedade de forma saudável, tanto em aspectos físicos como psicológicos.