Na última década, as leis Maria da Penha, do Feminicídio e o "disk" denúncia para violência contra a mulher foram avanços no combate aos relacionamentos abusivos no Brasil. Todavia, mesmo com tal contribuição legal demonstrada, as pesquisas revelam números alarmantes no que se refere a agressões e assassinatos contra mulheres. Desse modo, há dois pontos que não podem ser negligenciados como quais os principais fatores impulsionadores e quais os desafios a serem enfrentados no combate aos relacionamentos abusivos no país. Em primeira análise, cabe pontuar que o mundo contemporâneo ainda possui países onde a figura da mulher está longe de ser tratada com dignidade. Corroboram com tal afirmação dados colhidos pela pesquisadora Luciana Calogeras para o site Mistérios do Mundo mostram que em países como a República "Democrática"do Congo as mulheres não podem sequer assinar um documento sem a autorização do marido. Já no Brasil, apesar de possuir legislações específicas a favor das mulheres, a falta de medidas preventivas e o medo das vítimas denunciarem seus agressores são fatores que acabam estimulando a violência. Dessa forma, é viável que a sociedade tenha em mente que o quanto antes os crimes cheguem ao conhecimento das autoridades, maior será a probabilidade de evitar um mal maior. Ademais, convém frisar que há uma carência de medidas efetivas quando se trata da prevenção da violência, que vai além da denúncia. Nesse contexto, mesmo com os 72 mil registros no "disk"denúncia no 1º semestre de 2018, na maioria dos casos a justiça concede apenas uma medida protetiva que, na prática, não evita futuros crimes cometidos para retaliar a denúncia. Observa-se que, um dos grandes desafios que realmente farão diferença para resolver o problema é o estudo sobre uma modificação nas medidas protetivas ou um estudo sobre uma outra forma de atuar nesses casos. Diante do supracitado, portanto, ações se fazem necessárias para mitigar a atual conjuntura. Logo, cabe ao Governo Federal, assessorado pelo Ministério da Justiça e com as devidas votações no Congresso Nacional, crie formas de se antecipar um desfecho trágico nas agressões contra a mulher por meio de leis que alterem o Código Penal para já prender preventivamente os homens que ameaçam comprovadas ou a quebra das medidas protetivas a fim de evitar o aumento progressivo na escala da violência. Só assim os relacionamentos abusivos no Brasil serão passado e o presente evidenciará uma sociedade melhor.