As relações abusivas podem ser caracterizadas como o excesso de controle que um individuo exerce na vida de outra pessoa. Relacionamentos abusivos se dão em diferentes esferas, seja no meio familiar, na roda de amigos ou no ambiente de trabalho. Contundo, dentre todos os tipos de relações, é nos relacionamentos amorosos que se encontra a maior parte dos abusos. O abuso em um relacionamento se dá de diversas maneiras: pelo controle excessivo, por agressões físicas ou verbais, por meio de restrições e até pela manipulação. A principal causa do abuso por parte de um dos integrantes está na questão da desigualdade de gênero. O problema é que o machismo se encontra em grande parte das relações, sejam elas homossexuais ou heterossexuais. A sociedade brasileira foi culturalmente construída sobre bases machistas e sempre pôs a mulher em posição de inferioridade em relação ao homem. Mesmo com algumas conquistas que as mulheres tiveram ao longo da história brasileira, ainda não há uma plena igualdade de gênero. Além disso, resquícios de uma sociedade culturalmente machista são encontrados até os dias de hoje. Tal exemplo é o fato de que a maioria dos homens enxergam as suas parceiras como propriedades, ou seja, sob a visão machista em um relacionamento o homem é o dono da mulher. Para ratificar tal fato basta lembrar que várias mortes, mutilações, agressões e restrições já ocorreram e ocorreram por parceiros e familiares que veem as mulheres como propriedades deles. A maioria dos argumentos dados a esses tipos de condutas são baseados na tentativa de proteger a honra do homem. Assim, para pôr fim nesta cultura machista que perpetua comportamentos abusivos é necessário que o governo seja mais rigoroso no cumprimento da Lei Maria da Penha, outra questão seria uma maior prudência por parte do sistema jurídico ao avaliar as medidas protetivas. Casos de mulheres, como da Rosane Carrão que foi assinada dois dias após ter ido a delegacia pedindo proteção, são recorrentes. Outra solução seria a construção de delegacias da mulher, além de casas da mulher brasileira em todas as cidades do Brasil. Com o devido atendimento a vitimas de relações abusivas e posteriormente o encaminhamento para a casa da mulher brasileira, onde seriam acolhidas e orientadas, as mulheres estariam sendo assistidas de fato pelo Estado.