Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando alguém se mobiliza com o problema do outro. No entanto, ao observar-se que, no Brasil, ainda há relacionamentos abusivos em várias áreas da sociedade, verifica-se que os ideias iluministas são tidos na teoria e não desejavelmente na prática. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro. Hodiernamente, é perceptível as várias facetas de um relacionamento abusivo. No ambiente profissional, relatos de funcionários sobre tons de voz excessivos de chefes para com subordinados fazem parte do dia a dia das pequenas e grandes empresas, as quais não demonstram políticas a fim de resolver esses impasses. Ademais, as famílias também sofrem a mercê desses abusos – geralmente praticados pela representação patriarcal da família ao agredir, física e psicologicamente, filhos e a própria mulher-, sendo o machismo a principal causa. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 2 horas uma mulher é vítima de feminicídio, ou seja, morta por ser mulher ou algo inerente ao seu sexo. Outrossim, é evidente que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas de abuso no país. De acordo com o filósofo grego Aristóteles, o Governo, por meio de políticas justas, deve proporcionar o equilíbrio ao tecido social. Todavia, as vítimas, por medo de sofrerem ainda mais sob as opressões dos agressores, deixam de denunciar os crimes de abuso, dificultando a ação do poder público para com a sociedade agredida. Dessa forma, as corporações responsáveis pela efetivação dos direitos constitucionais, como a Polícia Militar, Civil e a Delegacia da Mulher não conseguem atuar nesses casos por falta de informação, evidenciando a impunidade para com os criminosos. Infere-se, portando, que ainda há obstáculos para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Justiça, responsável pelo cumprir dos direitos inerentes ao cidadão, com apoio da Polícia Militar e Civil, deve realizar visitas periódicas aos bairros da cidade de cobertura de cada batalhão e delegacia de polícia, por meio de agendas pré-estabelecidas pelas prefeituras locais, viabilizando a maior educação dos cidadãos em como agir nos casos de relacionamentos abusivos, fomentando o interesse social em cooperar com a fiscalização dos bairros. Dessa forma, será possível estabelecer as áreas de maior ocorrência para, posteriormente, construir postos específicos de atuação contra os abusos e minguar a problemática.