Com a crise do sistema bolivariano, conjunto de doutrinas políticas, alguns países da América do Sul, sobretudo a Venezuela, se encontram à beira do colapso político-econômico. Nessa medida, centenas de venezuelanos atravessam a fronteira brasileira diariamente, seja pela expectativa na melhora de vida, seja pela manutenção de regimes totalitários. Mormente, é indubitável que o Estado, como principal assegurador dos direitos do homem, deve propiciar a todo e qualquer ser humano, sendo ele brasileiro ou não, a oportunidade de sobreviver em seu território. Seguindo a linha de raciocínio iluminista, o Governo, ademais, deve, por intermédio da justiça e do legislativo, promover o constante equilíbrio social. É possível perceber, entretanto, que, no Brasil, as recentes políticas de "anti-imigração", como o pedido de fechamento da fronteira com a Venezuela, rompem com essa ideologia, e frustam a tentativa de uma vida melhor aos migrantes venezuelanos. Haja vista que a atual conjuntura econômica brasileira mal atende os anseios de sua própria nação. Outrossim, importa destacar que a procura por refúgio político, também, comporta-se como causador desse fato social. Isso porque a política bolivariana se apresenta, em muitas ocasiões, totalitarista, com forte repressão aos seus opositores. A exemplo dessa ditadura está a morte do piloto Óscar Pérez, opositor do governo de Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela. Nesse sentido, muitos venezuelanos encontram no Brasil, país reconhecido internacionalmente por sua receptividade, asilo pelos crimes de natureza política, aumentando ainda mais o fluxo imigratório no Brasil. Fica evidente, portanto, que o drama, enfrentado pelos refugiados venezuelanos, não se limita a um domínio territorial. Destarte, cabe à Organização das Nações Unidas propor a criação de órgãos de monitoramento migratório dos refugiados, a fim de encontrar os países mais propícios a sua imigração. A expectativa pode ser alcançada mediante tratados internacionais e prioridade, aos que se dispuserem, as cadeiras rotativas no próprio Conselho de Segurança da ONU.