A história do Brasil foi marcada pela presença de imigrantes em diferentes circunstâncias. Em meados do século XVI, navegadores europeus encontraram a costa brasileira e, a partir daí, deu-se início ao processo de colonização. Na sequência, devido à grande demanda de mão de obra na colônia, os portugueses trouxeram, à força, negros africanos cativos que futuramente seriam substituídos por metecos de diversas nacionalidades. Atualmente, a gestão do fluxo de venezuelanos que buscam refúgio em terras brasileiras desafia o Estado e preocupa a população. Segundo dados publicado pelo CONARE(Comitê Nacional para os Refugiados), as solicitações para refúgio no Brasil aumentaram trinta e quatro vezes entre os anos de 2010 e 2017. Incialmente, segundo o órgão, a maior parte dos pedidos foram oriundos de haitianos sobreviventes do grande terremoto que assolou o Haiti em 2010. Entretanto, a partir de 2016, as estatísticas do CONARE apontaram para o aumento significativo dos pedidos de ingresso ao Brasil por parte de venezuelanos fugidios. Os motivos que fazem com que muitos venezuelanos abandonem sua pátria e rumem para o Brasil são complexos. Segundo dados do NEPO (Núcleo de Estudos de População), a associação ente crise político-econômica, a escassez de alimentos e as políticas imigratórias mais rígidas de outros países são decisivos para que os venezuelanos escolham migrar para o país. Entretanto, apesar de o Brasil possuir legislação que ampara os imigrantes e refugiados, ainda não há infraestrutura e logística adequadas para o manejo dessas pessoas em território nacional, o que acaba provocando uma série de transtornos. Nesse sentido, as cidades de Boa Vista e Pacaraima, ambas no estado de Roraima, sofrem diretamente os impactos da chegada dos refugiados. Por serem as principais portas de entrada para o país, e devido à sua proximidade com a Venezuela, ambos os municípios arcam com os altos custos decorrentes do excedente populacional em seus territórios. De acordo com levantamentos realizados pela Secretaria de Saúde do estado de Roraima, o número de atendimentos médicos realizados no ano de 2017 é vinte e cinco vezes maior do que a média observada no ano de 2014, período anterior ao início da chegada dos venezuelanos na região. Além disso, os venezuelanos chegam ao país debilitados, com imunização deficiente e, devido à ausência de infraestrutura adequada para moradia, acabam tendo que viver em situação de mendicância, sem higiene, até que sejam devidamente realocados. Dessa forma, os imigrantes acabam se tornando vetores para a reintrodução de doenças até então erradicadas, como o sarampo. Para evitar que a o fluxo migratório de venezuelanos provoque maiores danos ao país, e também para assegurar o auxílio aos refugiados, caberá ao Governo Federal, responsável pela gestão migratória, providenciar recursos suficientes para o enfrentamento da situação. Para tanto, o presidente da república deverá aprovar a liberação de mais dinheiro para os municípios afetados e esses, por sua vez, deverão promover a construção de abrigos, a compra de alimentos e também a aquisição de insumos necessários aos atendimentos de saúde dedicados ao acolhimento dos refugiados,