Refugiar-se: buscar refúgio, sair de situação crítica. É isso que milhares de venezuelanos fazem ao buscar no Brasil um novo lugar para estar. Porém, em geral, a “onda migratória”, iniciada em 2014, que carrega as esperanças de melhora nas condições de vida desse povo, esbarra na realidade já comum ao brasileiro. Precariedade nos serviços público e mercado de trabalho altamente exigente são dificuldades adicionais aos imigrantes da Venezuela, país que passa por problemas como perseguições políticas e pobreza. Em 2017, os estados majoritariamente escolhidos pelos mais de 30 mil venezuelanos foram Roraima e São Paulo, pela maior proximidade com seu país natal e pela expressiva oferta de empregos, respectivamente. No entanto, mesmo nesses lugares, muitos enfrentam a xenofobia -preconceito por não serem brasileiros- a falta de auxílio governamental e a parca assistência médica, fatores geradores de vulnerabilidade social e que propiciam aumento da criminalidade, dos suicídios e da mendicância. Trata-se de uma questão de necessidade também gerir o fluxo de imigrantes e policiar as fronteiras nacionais, não a fim de negar apoio aos necessitados, mas de frustrar esquemas de tráfico e de outros crimes que tentem usar pessoas tão oprimidas como intermediários para lucrar. Pouco adianta que o governo aceite 40% dos pedidos de refúgio se não presta apoio médico a esse contingente populacional. Por trazer tamanhas complicações, a crise de refugiados precisa acabar. Para isso é necessário que o Governo Federal, em parceria com secretarias municipais de saúde, intensifique apoio salutar aos imigrantes, erguendo postos de saúde e contratando médicos enquanto o fluxo migratório perdurar, pois desse modo menos doenças acometerão a população dessas regiões. Além disso, rede pública e organizações não governamentais devem acolher crianças e adolescentes, para refrear a evasão escolar e permitir desenvolvimento psicológico e capacitação para o mercado de trabalho. Por fim, o Ministério da Segurança necessita admitir mais policiais para o serviço de inteligência e apreensão de drogas e armas nas fronteiras. Assim menos pessoas sofrerão abandono social e o Brasil promoverá segurança, igualdade e fraternidade em seu território.