Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser exercida de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Nesse sentido, é indubitável que, com a ascendente entrada de refugiados no território brasileiro, o equilíbrio aristotélico tornou-se um desafio. Destarte, convém analisar os aspectos motivadores para a busca de refúgio – pelos venezuelanos -, bem como os efeitos precípuos dela no Brasil. Cabe pontuar, em um primeiro plano, que a chegada de imigrantes ao território nacional é fruto da conjuntura hodierna da Venezuela. Dados divulgados pela ONU revelam que a maior parte dos refugiados foge da crise política e econômica que assola os venezuelanos. Dessa forma, a população busca abrigo no Brasil e, não raro, estabelece-se de forma irregular, devido à miséria a qual se encontra no país de origem, submetendo-se, muitas vezes, a empregos em condições precárias. Vale ressaltar, em uma análise mais profunda, a ausência de aparato, no Brasil, para prover a quantidade exacerbada de refugiados. É inegável que o país sofre uma crise de caráter político, que traz reflexos na economia, fato esse que pode ser intensificado com o aumento da demanda por serviços públicos, tais como saúde e moradia, desencadeando, com isso, uma competição entre a população nacional e a estrangeira, a qual é observada nas ações xenofóbicas, conforme mostrado pela revista Veja. Diante disso, é possível ver a ascensão de uma crise, no Brasil, e prever sua continuação, caso não haja medidas para combatê-las. Nessa perspectiva, é imprescindível que o Poder Executivo atue na promoção de empregos ao tecido social como um todo, independentemente da nacionalidade, o que pode ser feito por meio de parcerias com instituições privadas e construção de indústrias nacionais, a fim de disponibilizar ofícios e evitar a acentuação da miséria, no que tange aos refugiados. Outrossim, é essencial a atuação das Forças Armadas na ampliação do controle das fronteiras do país, com vistas a garantir a regularização dos imigrantes no território nacional. Só assim, com a provisão aos refugiados, de modo a integrá-los à sociedade, caminhar-se-á ao equilíbrio proposto por Aristóteles.