Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 21/09/2018

O filósofo John Locke defende que a liberdade de expressão de um indivíduo vai até onde a do próximo termina. Nesse sentido, a questão dos limites entre humor e ofensa vem sendo um assunto repercutido nos debates contemporâneos, isto é, quando o humorista ultrapassa os limites humorísticos, interferindo em questões raciais e ideológicas, deve haver combate? Mormente pode-se tomar como ponto inicial a liberdade que há nos palcos de comédia para tratar de diversos assuntos, como etnia e identidade sexual. Impulsionada após o fim da Ditadura Militar brasileira - com o fim da censura - a autonomia de poder expressar opiniões e críticas sobre qualquer assunto nem sempre é algo positivo. Muitos comediantes, embora isso seja feito, às vezes, para atrair o riso da platéia, ultrapassam os limites do humor, impondo piadas racistas e preconceituosas, o que, pelo meio de "gargalhadas", pode contribuir com a permanência da discriminação de classes, etnia e gênero, presentes até hoje na sociedade. Destarte, mesmo sem haver o fim da censura, é necessário limitar a liberdade de humor quando o patamar das ofensas é atingido, fazendo, desse modo, com que os preconceitos presentes no cotidiano não ganhem ainda mais poder. Nesse ínterim, a relação entre humor e disseminação de ideologias, como as políticas, também é algo a ser discutido. Aliado à John Locke, o filósofo Stuart Mill foi um grande defensor da liberdade de expressão no século XVIII, reiterando que ela deve ir até onde não interfere na vida das outras pessoas. Nessa perspectiva, deve-se expor a atitude que alguns humoristas têm, nas quais usam piadas para criticarem grupos políticos ou o sistema em que vivem. Tal fato, sobretudo, é algo positivo na visão de melhorias sociais e econômicas para o país, porém, isso é corrompido quando esses "agentes do riso" recebem dinheiro de outros indivíduos para utilizarem o humor como meio de influencia de pessoas ao apoio das mesmas ideologias e conceitos políticos que eles acreditam estarem corretos, o que, muitas vezes, acaba sendo algo negativo. Dessa forma, é necessário a criação de medidas que impeçam essas ações, para que as escolhas políticas sejam pelas propostas dos candidatos e não por meio das influências humorísticas. Infere-se, portanto, que o humor, quanto torna-se ofensa, deve ser combatido. Logo, o Governo, por meio do Ministério da Justiça, deve criar uma lei constitucional que negue humor que apresente casos de racismo, preconceito e discriminação, impondo multas para humoristas que não seguirem essa regra. Além disso, cabe ao Ministério da Educação orientar a população, por meio de propagandas nas mídias sociais, sobre os cuidados que devem ter ao verem peças de comédia que discutam sobre política, para que não sofram influências de voto. Dessa maneira, o que John Locke e Stuart Mill defendiam será corroborado, proporcionando um entretenimento mais seguro e social para as pessoas.