O surgimento de ideias renascentistas, de características antropocêntricas, deram início a manifestações de autores que usavam o humor com o intuito de fazer críticas sociais. Atualmente, apesar de existirem leis constitucionais que defendem os direitos humanos, esses ideais foram convertidos ao preconceito, o qual despertou discussões sobre os limites entre humor e ofensa. Afinal, até que ponto vai a liberdade de expressão? Em primeira análise, essa mudança do conceito cômico está correlacionada ao livre direito de expor opiniões concedida pela democracia contemporânea, ocasionando assim, transcendência aos direitos humanos. Nesse sentido, publicações feita pela revista Charlie Hebdo causaram polêmica no mundo, devido as ilustrações de charges humorísticas que ofendiam crenças, culturas e alguns grupos sociais. Ademais, o uso politicamente incorreto do humor é um importante tópico fomentador dessa problemática. Essa conjuntura valida-se no fato de que a propagação desses discursos, consequentemente incentivam não somente o preconceito, como a aversão do público alvo a uma minoria, podendo também, ocasionar desmoralização da vítima. Além disso, a instauração de um regime democrático, proporcionou à população, uma ampla liberdade de pensamentos, dificultando a aplicação de limitações, gerando assim, certa ausência de respeito entre os indivíduos. O ser humano é livre para exteriorizar seus ideais da maneira que lhe convêm, todavia, sem o uso de práticas antiéticas. A negligência da sociedade é um importante vetor desse problema. Portanto, para a desconstrução desse panorama é imperativo a delimitação do uso do cômico para fins imorais, por meio de reformulações de leis feitas pelo Poder Legislativo, que restrinjam o uso inapropriado dessa liberdade. Além disso, a mídia em seu papel social, deve divulgar projetos que incentivem respeito a cada cidadão, a fim de que haja a formação de um âmbito social ético.