O desenvolvimento da sociedade contemporânea foi marcado por movimentos sociais que, representando minorias, lutaram pela ruptura de preconceitos e padrões discriminatórios. No entanto, visões preconceituosas ainda permanecem na sociedade e são amplamente exploradas por comediantes que, através de apresentações, reforçam visões ultrapassadas e ofensivas acerca de grupos sociais. É inegável que a comédia não possui o poder apenas de entreter multidões, mas também de formar opiniões, incitar o público e reforçar conceitos já existentes. Todavia, elaboração de programas como “A casa dos autistas” exibido pela MTV em 2011, impactam negativamente a sociedade e reforçam a discriminação existente na população. O comediante André Dahmer afirma que o ataque as minorias é uma regra do humor, defendendo piadas acerca de deficientes, mulheres, homossexuais e outros grupos. Contudo, apesar de constituir um modelo fácil de humor, esses ataques erram ao não possibilitar a visão crítica sobre o que de fato está sendo perpetuado e se o impacto é negativo ou não. A elaboração das peças ofensivas de humor que são disfarçadas de liberdade de expressão não constitui um avanço no nível social, visto que aumenta o vão entre o respeito a todos, garantido pela lei, e a realidade. Assim, é necessário que haja o redirecionamento do humor, possibilitando o cumprimento não de perpetuar preconceitos, mas de quebrá-los. Portanto, o Poder Jurídico, em parceria com o Ministério da Cultura, deve regulamentar as apresentações de comédia, criando limites mais rígidos e esclarecidos acerca do respeito e do preconceito, tornando uma atividade democrática e não ofensiva a ninguém. A regulamentação criada deve ser repassada aos apresentadores e programas de televisão e o não cumprimento deve gerar multa.