Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os limites entre humor e ofensa

Redação enviada em 24/12/2017

É incontestável que o humor acompanha as gerações com a sua facilidade de expressão. Consoante o dramaturgo Luigi Pirandello, no humor, há a necessidade do afastamento emocional e o lançamento do olhar crítico e cônico. Destarte, os limites entre o humor e a ofensa não devem ser grandes pelo fato da sua essência política. No entanto, a forma ''politicamente correta'' na qual a sociedade se encontra e a vaidade egocêntrica dos humoristas extrapolam esses limites. Primeiramente, é fundamental entender a diferença entre o humor vaidoso do crítico, sendo o primeiro descabido do ridículo e que, assim como descreve Goethe, descreve o caráter preconceituoso do ser humano. Dessa forma, por mais que a ofenda certos grupos, a obra ''O grande Ditador'' de Charlie Chaplin é um protesto artístico, diferentemente das piadas sobre o trem de Aushwitz que, mesmo estando na mesma guerra, possui viés preconceituoso. Assim, os limites devem ser configurados de acordo com o público e o contexto da piada, de forma que o público ouvinte seja respeitado juntamente aos 3º e 5º artigos da Constituição, o que não implica nas ofensas morais a grupos fora do espetáculo. Além disso, o humor esbarra em um atual caráter moral de tolerância, na qual a sociedade tende praticar o hedonismo. Na França, a opinião crítica foi censurada pelo radicalismo islâmico, tendo o jornal Charlie Hebdo como alvo de terroristas. Enquanto isso no Brasil, o ''stand-up'' é alvo do radicalismo político que envolve valores morais e religiosos como fundamentais. Desse modo, humoristas como Gentilli e Rafinha Bastos são criticados por conta da acidez em suas piadas, o que infere em futuros problemas judicais. Sendo assim, é notório que a consciência sócio-política da sociedade interfere no mercado do humor, a qual está atrelado à própria liberdade política, o que gera um efeito cascata da censura de opinião. Fica evidente, portanto, que Luigi é coerente em afirmar que o humor necessita ser crítico, porém focado. Nesse sentido, é dever do Judiciário, juntamente com os canais de humor, proporem leis de defesa do humorista quanto do ouvinte, de forma que as ofensas regionais sejam alertadas nos 'Scripts' do espetáculo, no intuito de respeitar o público e a história local, uma vez que a piada pode ferir valores daquela região. Ademais, fica em função da sociedade em boicotar piadas preconceituosas, o que, naturalmente, selecionaria o humor mais adequado àquele público,de forma que a platéia e o comediante possam selecionar melhor seu roteiro, no intuito de criar mais harmônia e respeito mútuo.